Podemos pensar na praia: quando você está no raso, confortável e de repente vem uma marolinha que você não tá esperando e te derruba, aí você tenta levantar, mas o mar começa a puxar e fica mais difícil de sair.

É mais ou menos isso que acontece com as nossas ideias, convicções, formas de se relacionar e uma vida sem questionamentos.

Hoje é muito fácil nós engolirmos pílulas de conhecimento ou achar soluções prontas para lidar com a vida.

Ficamos numa supercialidade dentro de nós mesmos, sem conseguirmos aprofundar no que sentimos, no que realmente pensamos. Nós recebemos construções e informações desde que somos nenês e tomamos isso para nossa vida como a única verdade.

Sabe quando você tá numa aula, não entendeu nada do que o professor disse e quando ele fala “alguém tem alguma dúvidavocê nem sabe formular a pergunta?

Pois é… quando estamos longe de nós, fica difícil até começarmos a questionar.

Voltando para a comparação com a água. Sabe aquele medo que temos de nadar? De enfrentar os movimentos que nos levam mais adiante? De conseguir mergulhar e criar técnicas de controle de respiração? Aí até no raso nos afogamos, não sabemos lidar com uma onda mais forte ou entender que quanto mais você se debate mais possível você afundar.

Tudo isso acontece quando não exploramos a complexidade em tudo o que nos propomos a viver, fazer, criar, falar, construir, discutir….

As convicções nos fazem estagnar. Você pode realmente acreditar muito em algo, mas até para continuar acreditando precisamos tocar nessas ideias.

Se nos afundamos no raso, imagina quando de repente passamos para o fundo?