Você era uma criança otimista? Consegue se lembrar de como se sentia e reagia com as situações dificeis que aconteciam na sua infância?

Essas são apenas algumas das perguntas que o livro “A criança otimista”, de Martin E. P. Seligman, me fez questionar.

No inicio do ano vi despertar em mim a vontade de ler esse livro que me indicaram durante a minha Pós graduação em Psicologia Positiva. Não apenas pelo fato de estar começando, de novo, a criar uma criança com a chegada da Elis, mas também porque me percebi convesando muito sobre esse assunto na terapia.

No fim, fiquei suprendida de um modo super positivo com esse best seller, e soube que precisava compartilhar por aqui um pouco do que aprendi naquelas 324 páginas.

Então, já adianto que é um livro muito legal, e que idependente de você ter filhos ou não, acho que é uma leitura importante e que você deveria fazer.

Quem é o autor de “A criança otimista”?

Martin E.P Seligman é um pesquisador e autor dos best-sellers Florescer (que eu também já li) e Aprenda a Ser Otimista. Suas pesquisas tiveram apoio do National Institute of Mental Health, do National Institute on Aging, da National Science Foundation, da MacArthur Foundation, da Templeton Foundation e da Guggenheim Foundation.

Ele é professor de psicologia e diretor do Centro de Psicologia Positiva na Universidade da Pensilvânia.

O autor é super influinte nessa área, e é considerado o “pai” dessa vertente e foi quem começou a estudar mais sobre essa nova onda da psicologia. Os livros dele são muito acessíveis. Tem uma leitura simples. E mesmo que fale sobre temas profundos são leituras gostosas de fazer.

Precisamos ser felizes o tempo todo?

Não deixe que o título te afaste ou engane você, como eu fiz. Porque, acima de tudo, o livro fala principalmente que ser otimista não é sobre não se permitir sentir triste, mas sobre se respeitar.

Isso quer dizer, que é importante, pensarmos que “ser uma pessoa otimista” não tem a ver necessáriamente com positividade tóxica, que é uma pauta muito em alta hoje em dia, principalmente quando pensamos no nosso consumo nas redes sociais.

Será que é possivel aprender a enxegar as más situações e os percalços da vida de uma forma que a gente realmente consiga seguir em frente?

É justamente sobre isso que o autor quer nos fazer refletir. Afinal, nos resta mais do que seguir em frente, é necessário conseguir sustentar nossos dias.

A vida é uma avalanche de acontecimentos, mas você vai se deixar soterrar por eles?

O que Martin comenta, de uma forma muito legal, é como criar crianças nesse caminho, com um olhar realmente mais otimista sobre o mundo e sobre as situações pelas quais passamos ao decorrer da vida pode fazer toda a diferença.

Como ser otimista?

Quando se trata das crianças, o autor fala como precisamos aprender a ensiná-las a encontrar maneiras criativas de encarar os problemas, por que quando começamos a fazer isso, esses momento ruins passam a ser “apenas momentos” que estão aí para passarmos por eles.

Algo que achei muito interessante é como ele aborda no livro que nenhuma situação é universal e nem dura pra sempre.

Então, quando a gente mostra desde cedo para as crianças essa ótica, de que as situações vem e passam, é exatamente assim que elas vão exergar o mundo. Prontas para encarar as situações sem medo de sentir tudo o que cada período propõe.

A vida é um balanço. O otimismo o movimento.

Vaivém da vida


Quando brincamos num balanço, antes de chegarmos lá no alto, foi preciso ir para trás e dar um impulso. E é isso que nos movimenta.

Então, a ideia é essa, ensinar desde cedo para as crianças que passar por momentos ruins é necessário e é algo que vai acontecer e quase sempre está fora do nosso controle. Enquanto isso, é preciso lembrar sempre, que são esses episódios “negativos” que vão nos levar a experimentar coisas que vão nos fazer muito felizes.

Algo que o Martin disse e fez muito sentido pra mim, é sobre como em primeiro lugar precisamos parar de generalizar tudo. Pra que a gente consiga e aprenda a nomear nossos altos e baixos.

Em outras palavras, isso quer dizer que não tem problema nenhum dizer “hoje eu não estou bem e não consegui render o que eu queria”. E além disso, que é preciso buscar o caminho de reconhecer o que nos levou a esse sentimento.

Por exemplo: “hoje eu não conseguir render o que eu queria porque tive dor de cabeça o dia todo”. Não é sobre se culpar, mas sobre se reconhecer. Buscar ter a clareza de observar as coisas e a nós mesmos.

Não é apenas sobre ser otimista

"otimismo e equilibro"
É tudo sobre equilibrio


Além do otimismo, nos quinze capítulos do livros o autor fala sobre temas muitos importantes e relevantes de serem discutidos, como depressão, pessimismo, estilo explicativo do adulto e mais.

Otimismo se trata de assumir uma atitude mais ativa e positiva frente aos problemas. E lendo esse livro, fica claro, que dá pra estimular isso mesmo agora, já sendo adulta.

Muitos dos nossos traços e do modo como vemos a vida é fruto de uma comninação de nossa personalidade e do ambiente que nos cerca, mas existem algumas atitudes que podemos tornam em hábitos para que sermos pessoas mais positivas.

Algumas que quero compartilhar e que valem tanto para ensinar aos seus filhos ou a si mesma são:

1. Fortaleça pontos fortes da personalidade. Evite a comparação e elogie sem exageros, mas de forma objetiva. Valorize, sobretudo, o esforço e não tanto o resultado.

2. Ensine/ entenda que os sentimentos são temporários. Um dia ruim é apenas um dia ruim, não vai durar a vida toda.

3. Estimule/busque expressar o que está sentindo por meio de tarefas divertidas, como pintar, desenhar, escrever, dançar…

4. Corrija os erros, mas com afeto. Entenda que as falhas servem para um aprendizado e não como punição para o resto da vida.

Espero que você possa enxergar esse texto como uma aviso do universo de que está na hora de você convidar o otimismo a entrar na sua vida e ficar.

#nadaalemdosimples