Foi em meio a um abraço longo e com sorriso nos olhos que ele me disse:

– Seis anos não são nada, baixinha..

– Ah vá que não!

Foram minhas sábias e imediatas palavras para esta frase. Claro que comecei a rir e enquanto isso tentei ser racional para não dar uma de doida. Mas, o que eu queria tentando esconder minha reação de uma pessoa que me conhece há seis anos? Minha própria cara me entregou.

Se alguém nessa vida fez questão de me conhecer de verdade, esse alguém foi ele. De certo, algumas vezes eu não sei o que quero jantar e, ele sabe – o que eu quero. Nunca pensei que alguém se interessaria em me ver limpando as folhas das plantas ou iria rir da maneira em que fico feliz por guardar as compras quando voltamos do supermercado. A roupa quando nos conhecemos, a data, o horário, o que eu tinha falado e como estava o meu humor há seis anos atrás, eu não faço ideia, mas ele lembra. “Esse alguém, com certeza, se importa” eu pensava. E fazia tempo que eu não conhecia alguém que quisesse ir além das minhas cores, músicas ou comidas preferidas para provar para minhas amigas que era entendido de mim. Até que ele apareceu: desligado, desapegado e com boa memória. Ou melhor, com bom coração.

Aí, que depois das minhas palavras incríveis, sorri e me acomodei naquele abraço. Ele se importa, eu sei. Era mais uma das suas piadas e eu esperava a sacanagem que viria depois. Afinal, depois de 6 anos eu também o conhecia bem. Mas nem tanto, quando ele resolveu completar a frase:

– … Se você parar para pensar, quando se quer viver algo a vida inteira.

Se saiu bem dessa, Fabinho.

Porém, a vida inteira talvez seja pouca para conhecer quem amamos, quem sabe duas? 😉

Obrigada por mais um dia 23/01, lado a lado.