Olá meus querides! Vamos abordar um assunto que muitos homens cis-héteros consideram um grande tabu? Isso mesmo, vamos falar sobre nossa sexualidade.

Quando um homem cis-hétero fala sobre sua sexualidade, geralmente é no sentido de exaltar sua proeza sexual. É sobre duração, sobre tamanho, sobre capacidade de dar prazer –supostamente– ou sobre quantidade de conquistas que passaram pela sua cama. Todos nós já ouvimos algo do tipo e em algum momento de nossas vidas, provavelmente reproduzimos algum desses discursos.

Vocês percebem como toda essa conversa costuma girar em torno de um elemento, só um, do corpo masculino? Existe uma grande fixação em se falar, pensar e agir o pênis. E pronto. 

Ahhhh, se esses caras se permitissem mais…

Existem tantas possibilidades de prazer no nosso corpo, que é um desfavor para com nós mesmos nos concentrarmos numa única parte. E, como tudo que fere de alguma forma a espetacularmente frágil masculinidade, ou a noção do que isso seja, se torna automaticamente um tabu. 

Dificilmente vemos algum homem cis-hétero falar sobre como acha gostoso a sensação de estímulos nos mamilos, ou sobre como se arrepiam com uma carícia nas coxas, nas costas, nas mãos. E olha que eu nem estou falando sobre o grande terror que paira na vida sexual da maioria destes: o prazer anal.

Sério, o medo que homens cis-héteros sentem da possibilidade de gostarem de estímulos anais é tão grande que muitos deles não se sentem confortáveis nem mesmo de ficar na parte de dentro da conchinha. Eu li recentemente uma matéria sobre um homem que, ao passar por um exame de próstata, foi levado ao orgasmo e ejaculou durante o procedimento. O choque e a indignação que ele experimentou foi tão grande que ele sacou uma arma e deu dois tiros no médico. É, é sério isso.

Como pode tamanha barbaridade, principalmente quando essa foi causada simplesmente pela recusa de um homem cis-hétero de entender o próprio corpo. Não estou dizendo para ninguém fazer algo que não se sinta confortável fazendo, mas se dêem a liberdade de provar, como disse Sabotage,:“saber qualé que é não é tolice”.

A região da próstata é bastante rica em terminações nervosas, sendo chamada às vezes de “ponto G masculino”, mas enfim, não é nenhum segredo que a fragilidade masculina é responsável por muitas tragédias que ocorrem o tempo todo no mundo. É exatamente essa mudança que estamos buscando aqui.

Como muito do que eu falo aqui, a questão é a de se permitir. É a de se libertar dos tabus e imposições que nos são feitas desde o momento em que nascemos.

Conheçam seu próprio corpo, explorem seu prazer.

Não tenham medo! Garanto que vocês e, com certeza, suas ou seus parceires também, vão se divertir muito mais.