Parei na porta, coloquei a mala no chão e antes de girar a chave, senti um frio na barriga. FRIO NA BARRIGA! Depois de mais velha, essa é uma das melhores sensações da vida.
Fazia meses que eu não ficava um tempo fora de casa. Esse é o porém de se trabalhar e morar no mesmo lugar. Ou melhor, no mesmo universo. A gente conversa, sonha, come, dá risada, briga, limpa, suja e trocamos problemas do dia a dia: Tudo isso, no mesmo lugar. Ás vezes, são tantos problemas, que fica difícil nos darmos conta de como a vida é gentil. Temos um teto, um colchão, um chuveiro quente e comida. O sonho de muita gente.
Os últimos três meses foram os mais corridos da minha vida. Não tenho final de semana. Trabalho de manhã até dormir. Vejo pouco minhas amigas, família e perdi um pouco a paciência com a farra na casa. Ao mesmo tempo, qualquer 5 minutinhos, eu corria para perto deles. E com quem amamos, qualquer minutinho é uma eternidade, é conforto para o coração. Então, viajamos. Matei a saudade da minha outra família e lá percebi como aqui o meu tempo voa. E como eu amo essa vida: corrida, com amor e pêlos no chão. Eu não via a hora de viajar e quando viajei, não vi a hora de voltar. Pois lá, senti ainda mais forte, como é bom estar em casa. No caso, a física. Neste canto onde tudo acontece: coisas boas e coisas ruins.
Mas é aqui, onde tudo acontece. É aqui, neste endereço que chamo de lar. Seja lá onde eu estiver, meu coração estará por aqui. Nesta casa meio nova e meio antiga, onde tenho a família que eu sempre quis cuidar e doar, até o tempo e as energias que eu não tenho. Aqui onde choramos as pitangas e nossas fraquezas sentados no chão da sala. Mas, ainda é aqui, que escolhemos chamar de casa. De nosso lar doce – e não muito normal – lar.
Ás vezes a gente precisa viajar, para enxergar o quanto menos a gente precisa e o quanto mais temos que agradecer. Eu precisei de 1.124 km para isso. Talvez você não precise de tanto, espero.
O frio na barriga quando somos novos, nos confunde. Mas, quando somos mais velhos, ele confirma. No caso, toda a minha infinita ansiedade em agradecer os sentimentos e valores ao redor deste cantinho. É isso que precisamos para viver.
Nada como o cheiro bom da nossa própria casa. ?
é isso. NADA <3
Não há lugar como nosso lar. E quanto mais cheio de amor, luz e sentimentos bons, melhor ele fica. Estava com saudades de ler seus textos, ando sem tempo, mas sempre que der virei aqui Isa <3
obrigada florzinha!!
ele sempre estará por aqui! boa sorte neste momento corrido <3
awn meodeoso, coisa mais linda…
E a minha reação é sempre a mesma rs “awn meodeuso”
♥ Amo seus textos do coração.
Beijos
obrigada querida! ♥ sempre muito fofa!
Me identifiquei MUITO com esse texto. Acabei de fazer 22 e finalmente me sinto adentrando a maturidade (me tornando adulta, talvez?). No início do ano viajei para o sul, com uns poucos amigos e nossa, como senti falta de casa, homesick de fato. Sentia falta das pessoas e da minha bagunça, dos meus problemas diários, dos prazeres ja conhecidos. Diferente de quando eu era mais nova e adorava ‘fugir” de casa.
Exatamente. esse é bem o sentimento. Acho que chega uma hora que a gente não precisa fugir mais. Acho que é a melhor fase da vida. ♥
Uma delícia ler seus textos e ver suas fotos ^^
obrigada flor. feliz em ler isso <3 <3
Que lindo Isa! Espero de coração que os tempos difíceis sejam apenas parte do caminho, afinal, eles são importantes para o nosso crescimento. Mas quando temos as pessoas que amamos (e isso inclui nossos bichinhos ♥) tudo vale a pena, e até as coisas mais azedas, ficam doces. As vezes precisamos dar esse tempo, precisamos de uma válvula de escape e espero que você tenha voltado com as energias renovadas e pronta pra mais uma dose de amor de toda a sua família, que claro, incluem a Lucy e o Ringo e também de seus leitores. Seu cantinho me faz sentir bem toda vez que dou uma visitinha (e tomo uma xicarazinha de café >o<), obrigada por isso! ♥
Grande beijo, e um abraço cheio de energia positiva! *-*
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