Sabe quando vai vir visita em casa e você ajeita tudo, abre a porta e diz “não repara a bagunça”?

Eu tô bem assim. Mas a coisa tá bagunçada mesmo e – na maior parte do tempo, surpreendentemente – eu, tô bem assim na bagunça que dessa vez eu não organizei.

Sabe aquela fase em que você tem um ótimo plano? Então, num tô assim. Sei o que preciso fazer, mas cancelei meus destinos e, assim, me encontro e preciso abrir espaço para partes novas td santo dia. É da hora, é doloroso e continuo, com o que traz paz. Mesmo com o eco do “e aí quando volta 100% o trabalho? E o corpo? Tá tudo ajustado na rotina? Novos sonhos? Asa redecorada?” Querem saber quando tudo vai voltar. Seria hipocrisia dizer que eu não queria ter essas respostas. Mas me respondo com uma pergunta: como voltar ao que era antes se nada mais é igual? Inclusive, eu? Querem saber quando tudo vai voltar… Mas o que faço com essa nova parte nascendo? O novo tempo, leva tempo.

E deixo.. em alguns dias eu rego sorrindo ou com lágrimas. Em outros eu adubo com esperança ou pouca fé. Outros dias enquanto podo, penso que seria mais prático arrancá-la pela raiz e disfarçar. Respiro, rasgo os atalhos e deixo… Tempo. Disposição. Resiliência.

Sei que em diferentes esferas e doses estamos todos assim. Talvez sempre vamos estar ou estivemos em alguma dimensão, só tapeávamos bem. Brigando pra não assumir que nos sentimos perdidos, disfarçamos andando em círculos, por achar pior que vejam a nossa bagunça.

Dessa vez, abro a porta e digo pra reparar na bagunça, pois sou eu toda. Ela faz o rumo dela – no tempo dela 🌟