“que que eu tô fazendo” era uma das coisas que eu mais pensava quando coloquei na cabeça que correria de correr uma meia maratona.

Acordar antes que todo mundo da casa, o céu escuro, deixar tudo preparado na noite anterior, jantar macarronada.. foi um ritual que ganhou a cada domingo mais significado.

Hoje tem sido difícil retomar minhas tão potentes longas distâncias. O caminho que fez eu me encontrar tanta vezes, hoje eu não paro de olhar a cada minuto pro relógio. Hoje eu ainda estou em outro tempo. Quero voltar pra dar tempo do café, quero voltar pro banho, quero voltar pra não fazer nada, quero voltar pra Levi, quero que dê tempo de pegar flor com ele antes do cochilo….

Quero muito parar de tentar ser onipresente. Preciso. E esse sempre foi o convite da corrida pra mim: estar ali.

Hoje sai disposta a correr 10k. Não rolou. Como aconteceu infinitas vezes nos últimos 2 anos (desde gestação até agora). Me enrolo com o tico e teco discutindo mentalmente e não sai. Empaco nos 5k.

Recomeçar é tão difícil quanto começar. Apesar de não ter parado totalmente, hoje sei que tenho uma relação mais leve com esse processo. Tô na paquera: paro pra fechar os olhos diante do sol por alguns segundos, não fico doida da vida se não carreguei o relógio e não nego que gostaria de ter um botão do click pra voltar a correr 15k como senão fosse nada – eu sei que não teria graça.

Hoje corri 6k como se fosse tudo.
Esse foi o meu “chegar lá”. Amanhã vou mais um pouquinho. E mais um pouquinho…

Chegar é detalhe pra quem está disposto a curtir o percurso.
Correr sempre foi sobre isso.

“Que que eu tô fazendo?” Tô reaprendendo a me responder…

Ontem retomei o Diário de corrida e já tem vídeo novo no YouTube, contei como está sendo meu retorno e você pode conferir abaixo: