Ciúmes, eita sentimento terrível.

Sentimento que gera atitudes que se desdobram em outros tantos sentimentos. É aquele amargor que a gente sente na hora que não precisava e nem da maneira que esperávamos ou então que é intensificado ao longo do tempo.

É normal sentir ciúmes?

Quantas vezes você reverberou pro mundo que é ciumento/ ciumenta? Bateu no peito mesmo e disse com orgulho isso, como se fosse uma afirmação de atitudes que já se pode esperar de você, como uma convenção a ser aceita e imutável.

Como tudo que sentimos e vivemos, o ciúmes merece espaço dentro das nossas relações? O que é ciúmes para você? O ciúmes pode ser bom? Da onde vem o seu ciúmes?

Muitos questionamentos que passam batidos e, por mais que achemos que seja algo da personalidade, ele diz muito mais sobre como construímos nossos afetos do que como realmente somos.

Tem o ciúmes que é, de uma forma bem errada, vestido de cuidado. Aquele quando a pessoa te fala “Você vai sair assim de casa?“, quando você coloca uma roupa curta e depois segue o discurso com um “Você está linda, mas vai ter um monte de tarado na rua“. Isso se chama posse, e não cuidado.

O ciúmes que elimina a individualidade de quem você ama, vestido de “parceria”: “Você vai sair sem mim? Fulano vai estar lá? Não confio nele”. Este pode ser até visto como uma coisa “boa”, mas é algo tóxico que precisa ser conversado para chegar na origem e estabelecer diálogos produtivos:

Você não confia na outra pessoa ou na pessoa que está com você? Por que você não confia? É insegurança? É um julgamento de caráter da outra pessoa? Você que não quer ficar sozinho/ sozinha? Você está se comparando com a outra pessoa?

A gente precisa se perguntar a todo momento, para entendermos este sentimento. O senso comum nos coloca neste “pacote do ciúme” que na realidade é bem mais complexo e requer transparência dos diálogos internos e com as outras pessoas.

Existe também o ciúme que é criado a partir das ações da outra pessoa. Essa pessoa te esconde coisas? A pessoa fala que vai fazer algo e faz outra? Ela te explica sobre os sentimentos dela ou você precisa descobrir? Ela te pede desculpa por conta de um erro e continua tendo as mesmas atitudes? Os discursos estão desalinhados e o ciúmes bate porque a confiança não está presente e nem passando por manutenções cotidianamente?

Se o caso for o de cima você precisa repensar se é uma relação saudável, pois o ciúmes é tóxico e pode ser criado a partir de atitudes alheias, te fazendo inclusive se perder na sua sanidade, na sua saúde mental. Isso é manipulação, isso é falta de responsabilidade afetiva.

O ciúmes vem de mãos dadas com a nossa autoestima, com a falta do autoconhecimento, com construções de relações em cima de opressões (onde não há trocas e sim ordens e submissões) e não há nada de bom nisso.

Se há ciúmes algo não está bem. Seja com você mesmo, com as outras pessoas ou no conjunto da obra.

Inclusive, o ciúmes não precisa ser exatamente amoroso, pode acontecer com amizades, com família, com trabalho… em todas as relações.

E vocês devem estar se perguntando: Como eu paro de sentir ciúmes?

Se questione! Entenda com você qual é a real origem deste sentimento para então estabelecer relações na base da honestidade, da transparência, do peito aberto.

Sofrer calado só alimenta a nossa comunicação interna com os nossos próprios sentimentos contaminados.

Abram-se, comuniquem-se e escolham se é preferível viver com esse sentimento que nos consome de maneira cruel ou se querem viver se alimentando de verdades, por mais que doam…

Mas tendo paz e segurança onde repousam seus afetos.