Olá, meu nome é Hugo, eu sou um homem cis hétero de 31 anos, preto, casado e em uma jornada pelo autoconhecimento e por um estilo de vida mais ético, empático e responsável.

Aqui começa uma coluna nova no blog, onde vamos explorar as faces da masculinidade e buscaremos ressignificar esse termo de modo a torná-lo menos tóxico.

Homens, pensem com vocês mesmos: quantas vezes ao realizar alguma tarefa doméstica vocês se sentiram fazendo mais que a obrigação, ajudando a sua companheira a manter o ambiente de casa organizado?

Pois é. Isso é devido à nossa construção como homens na sociedade. Desde pequenos somos condicionados a sermos provedores e defensores, enquanto as mulheres são condicionadas a cuidarem de casa e serem boas esposas. Muito da forma como encaramos o mundo e a nossa hombridade vem daí, somos parte de uma sequência de gerações criadas em um ambiente que reproduz uma estrutura machista e patriarcal. 

Aqueles que tiveram a oportunidade de crescer com uma mãe em casa, sempre foram, na maioria dos casos, mesmo que indiretamente, ensinados assim: a mãe cuida de casa, ela lava louça, roupas, faz faxina, cozinha, é enfermeira, conselheira, entre outras coisas e essa responsabilidade recai sobre ela. Quando o filho faz alguma dessas atividades é sempre sob o pretexto de ajudar a mãe. 

Bom, nesses casos, a mãe é a grande referência de uma mulher no cotidiano doméstico. Então, como esperar que homens criados assim ajam diferente com as suas companheiras?

É importante que entendamos as raízes dos comportamentos para mudá-los e, assim, quebrar o ciclo geracional que nos leva a ver o mundo assim.

Cuidar da casa não é responsabilidade só da sua companheira, é papel de todas as pessoas que lá vivem. O mesmo pode-se dizer sobre o seu papel de provedor e defensor. Esses papéis nos foram impostos, mas eles não condizem com uma realidade de vida responsável e que são responsáveis pelas múltiplas jornadas pelas quais passam mulheres que estão no mercado de trabalho passam.

Dito isso, é importante ressaltar que fazer sua parte não é ajudar. Essa forma de pensar mantém o status opressivo da sociedade, o controle condescendente do homem que reafirma que essas responsabilidades recaem somente sobre as mulheres. O que precisamos aqui é pensar em termos de companheirismo e parceria. 

Eu imagino que se você leu até aqui você está disposto a participar dessa desconstrução. Mas é importante que depois disso nós passemos a construir novas formas de agir também.

E como fazer isso? É muito simples. Carregue o seu próprio peso. Não espere que a sua companheira peça para você fazer alguma tarefa doméstica, tome a iniciativa e evite esse desgaste mental. Uma vida de parceria se torna muito mais leve e prazerosa para todas as pessoas envolvidas.

Vamos juntos?

Ps: Ao buscar imagens de homens fazendo tarefa doméstica em um banco de imagens gratuito que utilizamos não encontrei nenhuma, apenas de mulheres.