Você que convive com criança, já percebeu como elas todas são espontâneas?

Aí com o tempo a gente vai sendo moldado para uma estrutura que agrade a todos, que seja “civilizado”, que mantenha as boas aparências.

A espontaneidade pode ser entendida às vezes como impulsividade, mas eu não acredito que seja exatamente isso. Ser espontâneo é você rir na medida que te sacia, é você se emocionar com o que te emociona, é você falar o que precisa ser falado, porque se guardar machuca.

Eu acredito que a espontaneidade esteja muito mais ligada com ser autêntico, original. Sabe quando viram e falam: “nossa, isso é muito você“, “esse trejeito é muito seu“, “fiz tal coisa hoje e lembrei de você“.

Ser espontâneo é não ter vergonha de ser quem se é, e na verdade viver exatamente quem se é. Respeitando os limites dos outros, respeitando a si próprio, mas não ficar planejando uma identidade que não conversa contigo.

Me lembro de quando eu tentava parecer uma pessoa muito séria em reuniões corporativas, não sorria muito, tentava ficar falando com palavras mais “difíceis”, porque além de ser mulher, eu era tatuada e gorda. Logo, mostrar minha identidade que é divertida, sarcástica e um pouco afrontosa, digamos assim, era coisa demais.

No fim do dia eu chegava em casa destruída, cansada mentalmente… A gente gasta muita energia nossa sendo quem a gente não é.

Quando eu comecei a me deixar ser um pouco mais espontânea, as coisas começaram até a fluir melhor pra mim, sabe? Isto tudo faz parte do autoconhecimento, tudo.

Claro, vão ter partes suas que ser espontâneo pode ser um defeito, por exemplo, ser agressivo, ser uma pessoa maldosa, uma pessoa fechada demais.

Ser espontâneo não quer dizer que você não precise mudar algumas das suas atitudes e falar “eu sou assim mesmo, foda-se“. Todo mundo quer evoluir e acredito que na espontaneidade conseguimos ver quem realmente somos e detectar todos esses nossos traços de personalidade.

Mudar o que queremos mudar, fortalecer o que queremos fortalecer. Isso é construção de identidade.

Em tempos em que todos moldam suas vidas para parecerem o mais perfeitas o possível em suas redes sociais, ser espontâneo, realmente espontâneo, traz um respiro. Você pensa, poxa, isso aqui é REAL.

Chorem em público se der vontade,

falem o que sentem,

se movimentem pro sentido que vocês querem ir,

se permitam um dia de bad,

dançem ouvindo música no fone andando na rua,

lambam o prato da comida deliciosa que vocês acabaram de comer,

deem uma gargalhada gostosa no meio do dia (daquelas que até contagia a pessoa do lado),

se permitam falar umas coisas sexys pra/pro seu/sua parceiro/parceira no meio do dia,

conversem o que precisa ser conversado e isso não precisa ser uma discussão,

faz aquele storie com cara de ressaca sim!,

aquela foto que você ama, mas que tá com “muita cara de maluca“, posta sim.

A gente ama os carão da vida, mas quando falam que o seu sorriso é a coisa mais linda que existe é porque tem muita verdade no que você faz.

______________________________________________________________________________

Vamos ser mais reais, mais em busca da nossa melhor versão 🙂