Eu sinto muito.
Sinto tanto que não peço desculpas, só me deixo sentir.
Deixo o vento bater rosto e bagunçar os cabelos, encaro o pôr do sol até fazer lacrimejar os olhos e me coloco no alvo do céu para a chuva cair e lavar a pele.
Decoro o movimento que a água quente faz quando passa no pó de café, gosto do sabor do vinho quando toca na língua, abraço minha pele com sweaters macios e falo boa noite para as plantas da casa em voz alta.
Acordo com a água gelada no rosto, olho bem para as mudanças das marcas da minha pele e respiro fundo para trazer comigo essa sensação do tempo esvair diariamente – não o deixo escapar.
Gosto de me lembrar de viver todo dia, instante e a cada segundo. Me belisco. Sim, é carne e osso. E é tão fácil de esquecer. É tão fácil não lembrar que somos mortais.
Me dou uma espécie de abraço discreto e me lembro de viver com o que posso agora. Pois só eu posso sentir eu como sinto. E assim, sentir faz mais sentido. Dou lugar para o frio na barriga, abraço o medo e deixo reservado um espaço para o desconhecido.
Pois no fim, tenho muito mais medo de um dia deixar de sentir. E por sentir tanto, não sinto muito.
Só sinto e muito em cada poro. Até o fim
♥ amei
eu não posso nem imaginar o que você passa realmente FORA da INTERNET. a gente lendo do lado de cá/assistindo do lado de cá imaginamos que sua vida seja “calma” que de tudo você procura fazer poesia, ou talvez sua “vida seja um mar de rosas”, mas eu sei que não.
eu não posso nem imaginar.
quase involuntariamente a gente ver o criador de conteúdo do outro lado, mostrando/escrevendo um pequeno recorte de sua vida, ou pelo menos achamos que deve ser e não imaginamos!!
quero dizer que, nunca pare de escrever,escrever te faz bem. e me faz bem te ler.