Eu venho nesse processo bem forte de autoconhecimento há 2 anos. Começou com uma foto explorando mais o meu corpo, passou pela transição capilar e muitas pessoas falaram: nossa como você mudou.

Sim, essa foi uma parte importante. Geralmente é mais fácil ver o que está por fora. Mas nestes dois anos e principalmente neste último ano, junto com a terapia, que eu comecei a entender que a coisa era muito mais profunda.

Por muito tempo tentava esconder meu sentimentos, atitudes e o modo como eu me posicionava para mim e o mundo. Eu não me conhecia, muito menos os outros/as.

Me vi pela primeira vez confrontando meus traumas que por muito tempo engavetei no fundo da minha mente, porque assim me disseram que era melhor fazer. “Seja forte, esquece isso…”

E aí a gente entende que nada se esquece, nada se joga fora da nossa mente, nós podemos ressignificar, encontrar soluções, enfrentar.

No momento que abri meu coração em diálogos muito mais profundos pude mostrar o que me incomoda, pude estar sem máscaras para falar o que me dói, pude encontrar maneiras de comunicar tirando o medo de me mostrar frágil.

Ser vulnerável nos abre oportunidades incríveis.

Eu não preciso ser forte todo o tempo, eu preciso de saúde mental para lidar da melhor maneira.

Da mesma forma tem sido as partes boas. Muitas vezes a gente não se valoriza por achar que “está se achando”. Sempre achava muito lindo o que os outros/as faziam, mas me sabotava quando era algo meu, nunca estava bom.

Eu aprendi a ser gentil comigo e com os outros/as, sem me colocar como abaixo.

Aprendi neste ano que relações não servem para serem colecionadas e sim cultivadas. Acho que isso é algo que quanto mais velha você vai ficando mais vai percebendo, a gente procura conexões que nos alimentem e que não nos suga. Conexões que buscam o equilíbrio, onde as pontas caminham juntas para o centro e não alguém correndo para o outro lado.

Não joguei fora meu passado, eu reli ele com uma escuta ativa, como se pudesse conversar comigo mesma, me desculpando por ter sido tão cruel muitas vezes comigo mesma e me encorajando para seguir.

Entendi esse ano que o autoconhecimento não acaba, porque com ele aceitei que mudanças são bem vindas, que a zona de conforto não me traria nada além do que a sobrevivência e, na real, a gente tá aqui pra viver mesmo.

O que mudou este ano com o autoconhecimento? Tudo, todos os dias.

  • Pessoas se foram e pessoas permaneceram.
  • Nem tudo é sobre dinheiro e trabalho. Era só me adaptar e entender o estilo de vida que eu precisava ter para continuar o que eu gosto de fazer.
  • Nem todas as situações são casos de vida ou morte. Ser mais branda me trouxe mais pra perto de mim.
  • Os objetivos ficaram mais palpáveis, ter sonhos é importante, mas entender que tudo requer um processo é mais ainda.

E para você? O que mudou com o autoconhecimento este ano?