“Que que aquela folha tem?” uma criança perguntou para mãe quando eu estava na loja, apontando para a folha enroladinha; – ela tá se desenvolvendo, filho.

Lembro quando comecei a sentir uma dor nas pernas quando era criança e minha vó disse que era dor de crescimento. Fiquei com aquele ponto de interrogação na cabeça imaginando a cena de como era crescer. Como meu corpo faria aquilo.

A gente fala muito sobre o autoconhecimento e se desenvolver, e isso é lindo, mas também é incômodo. É preciso sair de onde está. É preciso arrancar o esparadrapo de feridas, cutucar medos, faxinando excessos e ter disposição para fazer bagunça antes de arrumar a casa das nossas emoções. É só assim. 

Crescer pede de nós insistência, acolhimento e paciência. É percepção para compreender se regar é preciso, mais sombra, menos sol, mais poda. Não é regra de 2x na semana, é sentindo. É no rebuliço.

Antes de florescer a gente fica assim: no apertado, checando terreno, aguardando a estação, super diferente e esquisita pra gente e pra quem vê de fora – tô nessa fase.

Até que um dia, essa folha desabrocha e floresce. Então, a raiz expande e outra folha seca, cai, fica esquisita, renasce, cresce.

Seja lá em qual parte você estiver deste ciclo, estamos todos sempre em desenvolvimento.

A diferença está em como acolhemos nossas fases. 
Ninguém é feito só de primavera.
#nadaalémdosimples