Este mês aqui no blog fizemos uma série de posts mostrando a representatividade de mulheres no Brasil e no mundo, abordamos temas mais sensíveis e inspiradores.

Isso tudo para que possamos refletir sobre os papéis e pautas que TODOS OS DIAS, além do mês de março, estamos vivendo, denunciando, criando, resistindo e quebrando barreiras.

Este é o último post da série, e gostaríamos de falar, de coração pra coração, de vivência para vivência, que enquanto tivermos uma mulher ainda sofrendo, enquanto tivermos uma mulher passando por dificuldades, nós não chegaremos a mundo mais justo e melhor para todas e todos nós.

Pense em todas as mulheres a sua volta e que passam por você, elas estão tendo as mesmas oportunidades? Será que você é alguém que reforça as estruturas de desigualdade, mesmo sendo mulher? Você reconhece os seus privilégios, sabendo que além de gênero temos questões de classe e raça?

Nós precisamos olhar verdadeiramente para as mulheres que estão a nossa volta.

A gente não muda o mundo, mas é aquele velho clichê, podemos começar pelo nosso universo particular.

Sabe aquela amiga que é mãe e que faz doces? Que tal contratar dela ao invés de grandes confeitarias? Sabe a faxineira que trabalha no seu emprego? Você sabe se ela estudou, se sonha em fazer alguma faculdade? Você já conversou com ela?

E a sua mãe? Será que ela sabe que além de mãe ela é mulher e ser humano, que pode viver outras mil experiências além de ser mãe?

“Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas”

Audre Lorde

O seu corpo é livre, você conquistou um salário igual dos seus parceiros, você vota, você pode tantas coisas, mas você já perguntou se no seu emprego existe oportunidade para mulheres jovens iniciarem sua carreira para obter experiência?

Você já contou quantas professoras negras você teve na escola ou na faculdade? Você já questionou isso para uma diretoria?

Aquela frase linda de liberdade da mulher que você escreveu na porta do banheiro da faculdade, você pensou na mulher que depois vai ter que limpá-la?

Você saberia ensinar algum tema? Música, matemática, biologia, alfabetização, design, costura, contabilidade… Será que você não poderia repassar esses conhecimentos por um valor mais baixo ou até voluntariamente para mulheres que precisam de uma ideia para iniciar um empreendimento e não tem renda o suficiente para investir em um curso mais caro?

E aquela sua amiga que vive falando que está feia, que precisa emagrecer ou colocar silicone. Ao invés de você fomentar esse discurso dela, por que não mostrar informações que faça com que ela se conheça melhor e que melhore sua auto estima?

Você se preocupa se a sua amiga que é mãe com filhos pequenos precisa de ajuda para limpar a casa dela?

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Encoraje, esteja junto, respeite, ponha em prática o empoderamento.

Sabemos que a vida corre, que a rotina muitas vezes nos faz olhar somente para as horas que passam e para o tanto de coisa que precisa se fazer, mas, experimente ouvir mais aquelas que passam por você.

Seja uma mulher que levante, encoraje, vive, demonstre, sente, faz, aconselhe, melhore, apoie, estimule outras mulheres e a evolução delas.