Mãe. Cada um tem a sua, é claro. Mas, uma coisa todos nós depois de algum tempo crescendo, aprendemos em comum. A gente aprende que conviver é uma das tarefas mais difíceis do ser humano. Conviver bem, então, é uma arte. Minha adolescência tinha tudo para ser uma bagunça sem fim. Mas, eu como todo adolescente preferi fazer um armagedon. Na ânsia de viver, conhecer, fazer, ter meu dinheiro, viver – sim de novo -, fiz e desfiz muitos nós que deveria ter atado na vida por aí.
Mas, uma coisa sempre me uniu a minha mãe: costurar. Recortávamos tudo, medíamos, pespontávamos, passávamos tudo na overloque – é, meu pai se animou, apostou em nós e comprou. E toda vez que a coisa complicava, eu dizia: “Mãe, e se estragar?” Ela me olhava por cima dos óculos e dizia: “Se estragar, estragou. Só vamos saber tentando”. Ela me diz isso até hoje, pra qualquer coisa. Tingíamos, desenhávamos e esquecíamos que discordávamos em tudo o dia todo. Sem certo, sem errado. Era ela, era eu. Construindo o que hoje ví que é só o amor.
Amar é discordar, respeitar e, por fim, aceitar a pessoa dia-a-dia. Amar é decidir.
Hoje, anos depois, não me esqueço de cada linha, cada nó, cada ponto que aprendi. Cada risada e cada tensão de errarmos juntas. Mas, o melhor, sem dúvida, foi ter apertado bem o nosso nó. E hoje, todo dia, acordo e aperto um pouquinho mais. Eu, que antes queria apenas linha e mais linha e nó frouxo pra viver, hoje aperto eu nela, cada vez mais. Porque depois a gente aprende que é bom não concordar sempre nas ideias, que é bom furar o dedo na agulha e aprender e que apoio tem de sobra. “Você consegue filha, fazer o que você quiser”. Nem sempre mãe. Mas, hoje eu sou teimosa -das piores- e tento tudo e de tudo. E quando não dá, eu sei bem o seu endereço. E corro para reforçar o nosso nó. Eu posso ter feito um armagedon quando mais nova, mas às vezes é preciso. Tentar, né? Para depois, recomeçar melhor, com mais raízes e menos linha.
Já você, me ensinou algo que levo a vida toda, todo dia comigo. Me mostrou que é possível amar o que é o avesso da gente – mal sabia eu que era a vida me ensinando o verdadeiro e genuíno amor, aquele que aceita, corrige, abraça e afaga. Quer amor maior que esse? Ser mãe. De tudo que fez por mim, você sem querer fez o melhor, e eu aposto que nem percebeu, pois você faz naturalmente bem. Plantou em mim o meu maior sonhos de todos, o sonho mais dureza de sonhar, mas o mais gratificante para o coração de quem o sonha: o de ser mãe um dia também.
Obrigada pelos nós, por nós.

Para todas as mamães, meu feliz dia todos os dias pra vocês ♡