As últimas semanas para mim estão sendo uma bagunça. E vocês sabem como eu amo tudo em seu lugar, em todos os aspectos. Ringo resolveu um belo dia acordar e comer a roseira que estava aqui a 60 anos, segundo a ex- dona da casa. Essa foi a inauguração de 15 dias inferninhos, que vou poupá- los os detalhes. O que eu humana fiz? Reclamei feito uma ogra.
Minha pele estava descascando, meu nariz ruim todas as noites e o trabalho frenético há meses todos os dias da semana. Como tudo atualmente se resume em “você está estressado(a)”, não era isso que eu precisava ouvir. Afinal, a minha mente não estava exausta, eu nunca estive tão realizada, mas eu estava um C-A-C-O. Que raios tinha eu?
Aí, fui conversar com um profissional no assunto: meu pai. Meu pai trabalhou a vida inteira feito um doido, e não é da nossa sortuda geração que trabalha com o que gosta, e eu nunca o ouvi por sequer um dia resmungar. Ou melhor, nunca o ouvi reclamar da vida. Ele dizia como se não tivesse problemas, contas para pagar, ou levado tanta porrada da bendita:
– Estresse? Essa palavra não existia no meu tempo. Quanto mais a vida nos batia, mais a gente via que aguentava e revidava nela.

Ser feliz cansa. Viver cansa.
E um belo dia mesmo cansados, a gente tem que sentar e agradecer.
Compensa.

É amigos, a vida é uma verdadeira zona. E eu vou ter que aprender a não tentar organizá- la o tempo inteiro. Tudo o que a gente faz é o que temos que fazer, com a vida que escolhemos. E a vida segue fazendo o seu papel: nos forjando. Uma alma leve e a casca grossa, como a do meu pai, é o que desejo para todos.

Tá foda de dizer, mas, obrigada vida. Pode mandar mais – acho que a gente aguenta!

“A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.” Regina Brett