“depois dos 18 a vida passa em outro ritmo”

Essa era uma frase que meus pais repetiam quase diariamente quando eu era mais nova. Talvez em uma tentativa de que eu respirasse a vida mais devagar, com mais consciência e não tentasse apressar nada pela ânsia de crescer.

Antes dos 18, já percebi a vida passando em outro compasso. Um ritmo mais acelerado, tão apressado, tão apressado que quase nos faz abrir mão de dar os nossos próprio passos nessa dança.

Pensei que fosse mais uma frase de pais pra filha, mas hoje compreendo uma sociedade que pisou no acelerador a qualquer custo, até mesmo da própria saúde, planeta e hábitos do dia a dia. Uma sociedade que esqueceu que somos humanos e nossa maior essência é ser… humano.

O tanto que estamos ouvindo hoje sobre ter uma vida mais desacelerada é um grito de socorro. Não é moda. É um despertar para não deixar a vida passar por nossos olhos. Para não deixar os dias escorrerem pelas mãos. Para viver uma vida com propósito e deixar de ver o tempo só como menu degustação aceitando um pouco aqui e ali no final de semana.

Depois de séculos de dias atropelados, estamos reaprendendo que é preciso saborear cada fase, idade, momento e circunstância.

Eu me perguntava quando criança, “quanto tempo o tempo tem?” Hoje sei que o tempo tem a intensidade que a gente quiser.

A vida realmente passa em outro ritmo, mas você tem todo tempo do mundo no tempo que você tem hoje, se estiver presente e não vivendo o futuro.

Sinta e respeite o seu ritmo. Seu tempo é TODO SEU.