Todo dia, qualquer hora e quando menos esperamos. Algumas vezes podemos prever, já outras é até difícil de acreditar como a merda foi bem feita, digna de estar em um roteiro de comédia. A vida tem esse humor que muitas vezes é difícil de entender e aceitar.

Às vezes até somos ousados em dizer “merdas acontecem” quando algo sai fora do que queríamos, como se fôssemos donos da razão ou do que realmente pode ser melhor pra nós naquele instante.

Merdas acontecem – e eu nem tô falando desse vaso aí que Ringo, super delicado, caiu em cima quando foi descer do sofá no final de semana. Tô falando daquelas merdas que a gente nem consegue ilustrar, muito menos explicar, existe nem hashtag e é até difícil de falar. Aquelas situações que não tem foto, texto, vídeo ou gráfico que explique. Acontece… e para alguns traz oportunidades.

Fábio agora vai assistir 263839 de vídeos no YouTube pra aprender como colar esse vaso, diz ele com aquela técnica japonesa – depois descobri que é – chamada de Kintsukuroi. Dizem que até a cerâmica mais bela e cara pode ser quebrada e também consertada usando laca e ouro – óbvio que não vamos usar ouro e meu vaso foi barato, mas a metáfora é bonita. Quando algo é quebrado, com visão e disposição, podemos criar algo novo e ainda mais bonito.

Já a outra notícia é que coisas boas também acontecem. E tanto as boas quanto as nem tanto, pedem de nós a mesma atenção, percepção e respiro profundo: para visualizar e agradecer ou visualizar e tirar o melhor proveito disso – depois de xingar um pouquinho.

Afinal, de uma grande merda, a gente também pode fazer adubo – ou no meu caso uma crônica (na verdade quase todas nascem assim) enquanto estava desacreditada e Fábio limpava a sala e falava como ia recompor o vaso.

Tudo é uma questão de oportunidade. Estejamos dispostos a vê- las