este não é um post sobre as fotos oficiais e posadas do casamento, mas é de coração. Com muito coração.

Final da festa eu lembrei de tirar minha bota que já estava numa mistura de barro com cocô de vaca das fotos que inventamos de fazer pela fazenda. Andei descalça e senti uma bolha no meio do pé, no mesmo lugar pós a minha primeira maratona. Suada, descabelada, picada por borrachudo, com arroz grudado na barriga, depois de pular uma porteira com vestido, pós comer quinhentas bolinhas de queijo, uns trocentos mojitos e brigadeiro de limão, fui tomar um banho.

fotos: @maria.dinat
talvez essa tenha sido a hora da picada do borrachudo

Sentei no sofá da casa que alugamos no final de semana com amigos e, olhando para a parede, tentei assimilar tudo: não era pelo o que deu certo ou errado na festa. Não era por tudo ter acontecido como queríamos (pois aconteceu, como aconteceu), mas por sentir uma parte profunda de vida sendo vivida. Era o calor humano, o arrepio na alma.

Abracei cento e vinte pessoas e cantamos NA NA NA NA como senão houvesse amanhã. 

A sensação que senti ao correr a minha maratona foi a mesma, mas eu estava só. No final de semana eu estava cercada de quem eu conhecia; alguns eu vi a semana toda, outros não via há anos, alguns leram mensagens da internet pra mim enquanto prendia o cabelo bem sem jeito no salão, outros fizeram história da família que eu casei e que tornou-se a minha.

No fim, eram pessoas dispostas a falar, ouvir, dar e receber amor. Gratuito e genuinamente. Toda atenderam ao meu único pedido no nosso site de casamento: Venham com o coração aberto.

Não cantamos “Tudo que você precisa é de amor”, nesse dia. Talvez não fosse preciso, mesmo todos sendo TÃO diferentes, no fundo todo mundo ali já estava convencido. Amor é tudo que precisamos.

Seguimos aqui, na mesma casa, na nossa rotina, sem pressa, digerindo e guardando um espaço bem especial pra tudo que depois de 9 anos pudemos viver. Foi no tempo certo. Foi ao nosso tempo. 

Torço para preservarmos sempre espaço dentro de nós para espalhar amor, sem reservas, sem limites, sem amanhã. Como esse dia nos ensinou. É o que o mundo precisa.

Não casamos, nós celebramos o amor.
Não era nosso dia, era tempo para amar. E sempre é.

Ame!