Já tiveram a sensação de que os dias estão simplesmente passando por vocês? parece dramático, mas a sensação é exatamente essa.

Tem algumas fases da vida que independente se você faz o que gosta, mantém pessoas que tragam energia boa e tenha um dia organizado, parece que não estamos absorvendo nada. É maluco pensar assim, eu sei. Fiquei algumas semanas deste ano neste dilema e parecia que por mais legal, divertido e agradável que fosse o dia, ele passava e tudo parecia rápido demais para que eu conseguisse extrair alguma coisa.

Foi quando parei para pensar: Quando foi a última vez que tirei um tempo para me preencher?

Sou uma pessoa que se doa muito. Para o trabalho, casa, família, namorado, amigos, cachorros. Dou meu tempo, invisto no que acredito me fazer bem, não nego um café desabafão de 3 horas, mas estava esquecendo de mim. Como sempre. Mais uma vez. Estava esquecendo de investir tempo de qualidade comigo ou de aproveitar melhor o tempo que tenho pra mim.

Comprei 3 livros, fiz minha comida preferida, organizei meus cacarecos do banheiro, tomei café com uma amiga no meio da semana, coloquei uma música que eu gosto no banho, pensei em passar um final de semana em uma casa no meio do mato para espairecer e deu tudo “errado”, tive que desmarcar. Foi bom: não era hora de fugir. Era o momento de curtir o que eu tinha aqui dentro de mim.

Quando os dias ficam assim, a nossa tendência é justamente empurrar a culpa na velocidade da vida e das coisas. De fato, a vida anda muito rápida mesmo e as informações cada vez mais aceleradas. O mundo grita e acelera, quando precisava silenciar e recomeçar . Foi quando percebi que era eu quem escolhia o que ver, ouvir, ler, manter e absorver pra mim disso tudo.

Tirei o pé do acelerador. Repensei meus planos. Reavaliei o que estava vindo até mim. Levei o tempo que eu precisava para viver tudo e foi quando fez sentido: eu estava no modo automático. Não é a rotina, não é falta de novidade, não é cansaço, é a forma como olhamos a vida. É a forma como decidimos viver.

Depois de pensar em tudo isso, decidi nunca mais me esquecer no emaranhado de coisas da vida na semana. Decidi doar um pouco de atenção para me ouvir, ainda que corrido, baixinho ou sem palavras: eu quero ter o que contar sobre a vida.