Tem hora que a vida nos esmaga, tem dia que nem o cafezinho salva. Tem momento em que é difícil enxergar algo além do que se vê e dias em que as respostas, até as aparentemente mais óbvias, somem do nosso campo de visão, emoção ou o que quer que seja. Dias em que as palavras que saem chegam a doer em algum lugar misterioso em nós e a cabeça? Só faz peso.

Tem noite, tem noite também, em que não se dorme, longe de ser pela alegria que explode, mas pela amarga indecisão que vem nos afligir e que resolve voltar; noite que escurece muito além do céu, foge para nosso peito e se faz madrugada ali no céu do que se é. Tem horas que parece ser mais fácil pular aquele momento, calar a dor e apressar a inquietude que não para de brotar, mas não precisa, deixa estar.

Tem minuto que custa passar, segundos em que só nos resta contar e horas em que tudo o que podemos é… chorar? Chorar.

Quem disse que é ruim se entregar? Quem disse que é errado por um dia não sorrir? Mas, olha, tolice é não viver apesar de: apesar de tudo isso que acontece dentro de quem a sincera plenitude optou por viver. Tolice é achar que coração é de aço, que gente não cai e que a vida não pesa. Faz parte? Faz. Vai entender!

Quem mandou humano nascer e querer sentir e viver de tudo um pouco, de pouco um tudo, do mundo e do que é ser. Esse é o interessante da vida: sentir o mundo e viver com tudo que se pode ser.
Deu ruim, deu, mas amanhã, vai dar bom, vai, sim. Ah, vai.

Esperança não pode parar de nascer – você sabe, mas é só para reforçar.


Revisão de:
Thaís Chiocca