O parto humanizado é aquele que respeita o protagonismo da mulher, que vê o parto como um evento humano (de formas interdisciplinares, envolvendo diversas áreas que auxiliam) e a medicina baseada em evidências.

Independente se o parto vai ser natural, cesárea, na piscina, no mato, em casa, no hospital, um parto humanizado é aquele que respeita o tempo de cada mulher e de cada bebê, suas escolhas, seu corpo, suas vidas e a biologia em si.

O que é humanizar o parto?

De acordo com a explicação da enfermeria obstetra Ioná de Souza, coordenadora da NUPEC – Casa Angela, referência de parto humanizado em São Paulo da rede pública: “Humanizar o parto é assistir individualmente e com atenção todos os processos, oferecendo o necessário para um desfecho saudável e satisfatório.

Tampouco deveria existir uma assistência que não fosse humanizada, mas a forma mecânica com a qual são atendidos os nascimentos da maioria nos dias atuais, acabou por diferenciar as formas de assistência ao parto no nosso país.

Informação sobre os direitos de receber uma assistência respeitosa e atualizada faz a diferença nesse momento.

Humanizar o parto é ter acima de tudo empatia e respeito pelas escolhas e por cada processo, tornando este momento tão importante algo positivo, seguro e calmo, livre, acima de tudo de violências obstétricas.

Violência obstétrica

Os dados são assustadores, 1 em cada 4 gestantes sofrem algum tipo de violência obstétrica no Brasil que podem ser:

  • Negligência: Não dar atendimento ou dificultar procedimentos e serviços que a gestante necessita
  • Física: Intervir e fazer procedimentos invasivos sem o consentimento da mulher, conforme a matéria citada acima são os casos “como a aplicação do soro com ocitocina, lavagem intestinal (além de dolorosa e constrangedora, aumenta o risco de infecções), privação da ingestão de líquidos e alimentos, exames de toque em excesso, ruptura artificial da bolsa, raspagem dos pelos pubianos, imposição de uma posição de parto que não é a escolhida pela mulher, não oferecer alívio para a dor, episiotomia sem prescrição médica, “ponto do marido”, uso do fórceps sem indicação clínica, imobilização de braços ou pernas, manobra de Kristeller (procedimento banido pela Organização Mundial de Saúde, em 2017). A cesariana também pode ser considerada uma prática de violência obstétrica, quando utilizada sem prescrição médica e sem consentimento da mulher.
  • Verbal: Todo e qualquer forma de falar com a mulher fazendo com que ela se sinta constrangida, ofendida.
  • Psicológica: Qualquer ação ou fala que deixe a gestante vulnerável, ofendida, inferior, com medo, insegura.

Logo, o parto humanizado é todo aquele que além de preservar, e fazer a obrigação, atender, auxilia, informa, dá autonomia de escolha.

O que precisa ter em um parto humanizado?

Vou deixar este post aqui da Doula Laís Lacerda:

Logo, acima de tudo, um parto humanizado é aquele onde há informação e acolhimento. Ver documentários, filmes, ler artigos é muito interessante para ter o que perguntar para os profissionais que estão fazendo o atendimento.

Não podemos normalizar qualquer procedimento ou tratamento apenas por achar que o profissional que te acompanha sabe o que é melhor. As vezes ele/ela sabe mesmo, mas não sabe/não quer te comunicar de uma forma que você entenda e se sinta tranquila.

Tudo tem um porquê e muitas vezes querem, por exemplo, induzir um parto para que vá mais rápido e libere outra vaga no hospital. Ou então, colocam milhões de obstáculos para que uma gestante desista de ter um parto normal, apenas para empurrar a cesárea que é mais lucrativa e fazer uma cirurgia extremamente delicada que hoje é vista como “normal”, perto do que realmente é o processo normal do parto.

Informação, já disse né? Vou falar de novo: informação! Se informe, pesquise, questione!