Não ter tempo é o novo mal do século. A gente corre, corre, corre e parece nunca ser o suficiente para fazer tudo o que julgamos ser necessário.

Na verdade, não ter tempo, em determinada fase da vida é um presente que a idade nos dá, para aprendermos a nos entregar apenas com o que realmente importa. Os problemas ganham uma escala diferente e apenas nos abalamos, quando é algo realmente necessário. Caso contrário, é hora de apenas rir e relevar.

Quando não temos tempo, a rotina ganha um brilho diferente. O simples banho quentinho no fim do dia é uma benção, um refúgio, um suspiro. Dormir? Ah dormir! Dormir é um presente. Inspirar antes de dar o primeiro gole no café pela manhã é o melhor perfume para ganhar forças de começar o dia. O caminho de ônibus com uma boa trilha sonora, é quase uma terapia de estrada, uma viagem. Ver os amigos é um obstáculo maior, mas quando os encontramos é risada, afago e uma saudade que vai e volta em cada história. Valorizamos quem compreende a nossa fase como algo passageiro e, ainda assim, decide não sair do nosso lado. Quando não temos tempo é que a gente sabe para onde devemos correr e um simples café da tarde de meia hora com quem amamos, tem o poder de salvar a semana inteira. É na falta de tempo que podemos notar que, o maior investimento de tempo que fazemos na vida, é amar.

Quando não temos tempo é natural pedir a vida por mais horas, minutos, segundos. Mas, hoje é hora de aproveitar o que temos e não fazer nada correr mais que o natural. É na falta de tempo que a vida ganha outro ritmo, brilho e valor. É na falta de tempo, que nos respeitamos a correr não mais além do que podemos e valorizamos os mínimos detalhes da vida. Então, foi assim, correndo e brigando contra o tempo que recuperei o fôlego para ver a vida em outro compasso – sem perder a poesia.

Ah.. Por fim e finalmente: Bons tempos!