Minha mãe dizia que eu via anjos e, de fato, eu sempre acreditei. Anjos que salvam o nosso dia com uma simples melodia em um violão, outros que dizem bom dia na fila da padaria porque desejam e não por mera educação. Alguns que nos ligam, sem fazer ideia nenhuma, quando mais precisamos e só a voz nos faz confortar o que de alma me atrevo a chamar. Aqueles que só a companhia faz o coração querer dançar. Outro que já é garantido todo dia na minha xícara, em forma de abraço e que se chama café. Falando em anjos que ganharam nomes, tem um especialmente pra você, Mãe e também tem pra pai, amigo e irmão. Outros, ainda, têm quatro ou duas patas, tanto faz.
– Tem anjo mesmo? Tem, sim, de todo tipo e pra todo coração, mas só enxergam anjos aqueles que creem e lá no começo eu já disse: eu sempre acreditei. Mais em alguns dias, menos em outros, sou humana, porém, sempre acreditei no quão humano e cheio de luz o ser humano pode ser pra que nós pudéssemos chamá-lo de anjo porque gente assim só pode ser de outro plano.
– Ué, “gente”? Isso, isso mesmo. Nesse texto só falei de seres desse mundo e anjo é só um modo – louvável e à altura – para dizer e agradecer.

Mãe, se depender de mim nunca quero parar de ver e, de preferência, fazer por merecer e ser um para alguém. Amém.

Revisão de: Thaís Chiocca