Olha, nem sabia que eu teria que fazer freela de malabarista de pratinhos na vida” uma amiga disse esses dias em um daqueles áudios imensos do WhatsApp que poderiam virar podcast. Eu, separando a roupa pra lavar e ouvindo e rindo. Claro, me vi um pouco na mesma situação. Quem não?!

“Equilíbrio” era uma das minhas palavras preferidas quando era mais nova. Nessa época eu ainda achava super legal uma pessoa viver ocupada. Eu não sabia ainda, mas pra mim, o equilíbrio significava uma prisão. Mais uma forma de tentar manter ter controle e dar conta de tudo a qualquer custo. Sem fim.

Graças ao tempo pude ver o equilíbrio se mostrar de uma forma mais sensata e concreta. Real.

Naquele dia, enquanto separava as roupas brancas das coloridas, lembrei de um amigo do teatro que fazia malabarismo e que tentou me dar uma mini aula uma vez: “quanto mais alto o arremesso, mais tempo de se preparar pra próxima. É assim que cada bolinha tem a sua vez” e, segundo ele, a dica de ouro “Se cair, ri e pega de novo”.

O que fica escondidinho ali na alma do equilíbrio, e passa batido, é que é sobre permanecer constante. Não é sobre sobre fazer tudo e de tudo é sobre saber compreender e priorizar as fases e as áreas da vida. É ter harmonia.

Não é pra ter todas as bolinhas na mão de uma vez.

Não é pra se iludir com controle. É saber a hora de soltar, pegar e lançar de novo sem saber se voltará da mesma forma. Não é pra se aprisionar na luta do impecável ocupando a vida sem poder vivê-la. Não é pra perder a graça do aprendizado caso algum pratinho quebre ou precise esperar a melhor hora de entrar nessa dança. Não é sobre não poder parar, pausar ou até desistir. Equilíbrio é quando há harmonia, isso inclui a pessoa e o objeto.

Mandei um áudio curto, como se minha miga tivesse ouvido toda essa conversa interna: “miga, bora priorizar, arremessar ou soltar uns pratinhos. Malabaristas veem graça no rebolado também

Malabaristas não querem controlar os pratinhos… só querem continuar fluindo e se divertindo.

Essa é a harmonia.

Que tenhamos uma vida com mais prioridades ou menos pratinhos ou mais fluir ou graça no rebolado.