Meu sábado com sentido começa por dormir bem e acordar com a luz invadindo o quarto. Lavo o rosto com água gelada, coloco o cardigan que já tem meu formato e meias quentinhas nos pés. Ringo faz uma festa danada na escada, Lucy fica dormindo sentada enquanto vou moer o café. Sinto o cheirinho de café por todo lado, que lembra o pé de café da casa em que cresci; fervo a água enquanto esquento as mãos no fogo e me dou bom dia.

Então sento no quintal pra respirar fundo e acordar a alma. Torço pra ter um facho de sol, deito no deck e fico entre meditar e cochilar por 20 minutos – Lucy e Ringo amam essa hora, pois sempre sobem em cima de mim. Varro as folhas secas do quintal, sempre atenta as surpresas da natureza (ou cocô de Lucy e Ringo mesmo) e ponho as mãos na terra para ver qual planta precisa regar. Arrumo a mesa do café, pão na chapa com requeijão na saída e um pote para o cereal do Fabinho. Sento e leio com gosto, de quem quer decorar cada verbo, o meu livro do momento.

Algumas vezes tanto faz o dia da semana, eu recorro a essa manhã para me salvar. Meu kit de primeiros socorros de bem estar. Não é muito, não é quase nada diferente do dia a dia, mas é devagar. É para sentir os meus sentidos. É toque, aconchego na pele, cheiro de infância, é surpresa, é meu silêncio.

Eu poderia fazer uma lista. Seria uma lista pré formatada. Seriam passos, mas os meus. Segundo o que vivi, me encanta e me aguça. Mas meu convite é justamente que você desvende esse mundo: o seu. Pode ser parecido, igual, totalmente diferente. Mas que seja SEU inteiramente. Porque a beleza está em justamente do valor que damos, não no que fazemos.

Descubra seu dia especial. Descubra o que, como e porquê te faz ser mais livre. A gente só descobre tentando, investindo tempo, confiando no nosso processo e se divertindo. Somos sentidos, aguce-os. Sem pressa… devagar vamos mais longe. Com sentido.

Como é por aí? 🙂