É construção.

Olhei Levi a primeira vez e o que senti foi completamente diferente. Não tinha palavras, pois nem eu entendia. Foi intenso, uma mistura de aperto com expansão no peito que parecia formigar. Não pensei, só disse “bem vindo” e chorei. Querendo o envolver em mim, mesmo sem saber direito como, o que fazer e mesmo sem poder. Eu realmente não entendia.

Com o tempo fui percebendo o amor criando base de uma forma completamente diferente, sem precisar diminuir outros amores e formas de amar, apenas diferente do que eu já tinha conhecido.

Do frio na barriga ao ir visitá-lo ao meu primeiro eu te amo sem jeito e em voz alta que aconteceu quando ficamos sozinhos em casa. A cada troca de fralda, a rotina sem rotina, cada choro confuso na madrugada, cada sugada do peito, cada banho ou quando se acalma e dorme no peito de Fabio, a cada madrugada nossa acordados, cada momento que a gente não sabe bem o que fazer, mas por querer bem, faz o possível acontecer… é presenciar o novo, mas com toque familiar, criando espaço, base e fundação.

Hoje entendo porque a gente diz que não tem palavras. Amar é verbo. É construção. É tempo, é dança, é ação, é visceral. É se sentir perdido e se encontrar, ver sentido e poesia a cada amanhecer nesse furacão.

Todos os dias, quando Levi abre os olhos e me olha eu posso ler nos seus olhos quase o mesmo “bem-vinda… vamos descobrir tudo isso juntos?”. E digo vamos. As vezes animados, as vezes sonâmbulos, as vezes confusos… ele não se importa, é vamos? Vamos. Sem passe de mágica, sem entender ou descrever. Talvez seja essa a resposta que o amor espera de nós.

Pra nos dizer: Te conto enquanto mostro e construímos juntos esse caminho.

Vamos?