Assim como tudo até agora, nosso pós parto foi exatamente contrário do que pensávamos. E eu digo o nosso, pois apesar do corpo ter sido meu, o emocional e a força pra nós segurarmos nos próximos desafios, foram dos dois.

Levi nasceu na madrugada, nós estávamos adrenados, invadidos por uma corrente de energia e esperançosos por ele estar bem. Fabio não comeu nada o dia todo, era só sorrisos, foi registrar Levi no cartório, ia 3x para casa ver Lucy e Ringo, foi comprar meu sutiã de amamentação. Eu, tinha um pouco de cólica, mas me sentia bem e respondia e-mails, finalizava pendências e resolvia coisas do convênio do quarto: “oi eu pari há 8h, mas tenho que ver isso”.

É a vida… a nossa. E a partir dali era nós por nós mesmo.

Saíamos da UTI no fim do dia sempre tentando pensar em uma coisa boa. Voltar pra casa era o momento mais vazio do dia, era hora de tomar um banho, com o corpo ainda recuperando e sangrando, incômodos por ficar sentada no hospital nos pontos (da laceração natural) e sentir na roupa o cheiro do hospital que pra nós, era a lembrança do cheirinho do nosso filho.

Sem rede de apoio, ajuda 0, Levi prematuro e uma pandemia, é além da imaginação. Antes de irmos pra casa arranjamos 10 minutos pra reorganizar o dia a dia de trabalho, casa, marmitas, cachorros… Com o combinado de cuidarmos do outro ainda mais. E assim vai. Vamos.

Daqui alguns dias fará 1 mês de tudo isso. E eu não imaginaria como conseguiríamos. Toda ajuda e abraços fazem falta, mas a vida deu jeito de nos mostrar a casca que a gente tem. E hoje, sorrio escrevendo quanto tudo isso nos uniu. Como amo meu marido de uma forma enlouquecidamente gostosa e nova e sorrio ao passar em frente o hospital em respeito a história de Levi e tudo que vivemos.

Se você está nesta mesma fase que nós e bate o medo, te digo: Respira fundo, rasga o peito pra essa experiência e vai! Vai que você sabe o caminho, só precisa dar um passo pro chão vir.

E nosso filho saudável, estamos e unidos. Era o essencial que desejei pro pós parto – e eu não planejei, pois não imaginava como faria ou seria sem viver.

A vida movimenta. Então, abre o coração. Agora, dia a dia – com Levi nos braços: florescendo.

Sendo amor.