De novo parece que é coisa de hippie, gratiluz e brisas. Mas, de verdade, você já teve uma conversa daquelas com a sua mãe sobre ser mulher? E com a sua vó? Elas já te contaram a história de outras mulheres da família?

Sabemos que nem todas as pessoas vivem com suas famílias biológicas, mas mesmo assim, cada mulher carrega consigo histórias e sentimentos que muitas vezes são regados de dor ou de angústia, e, independente de sangue, a união é o que prevalece e se faz família, se faz história.

Nós que estamos mais próximas de informação temos o privilégio de já ter desconstruído muita coisa que o sistema patriarcal impôs para nós, mas, será que estamos só falando entre nós e estamos de certa forma esquecendo de todas as mulheres que vieram antes de nós, que nos criaram?

Sabemos que nem sempre é fácil ter esse tipo de conversa com nossas mães, avós, tias, até porque nem todas entendem sobre a luta das mulheres politicamente, mas acredito que podemos com sensibilidade nos aproximar delas.

Faz aquele bolo, passa aquele café e tenha uma conversa aberta.

Mesmo que você não concorde com muitas falas que possam vir, a cura delas está no nosso contato, no nosso diálogo e também de ensinar até quem acha que não tem mais o que aprender.

Quando curamos umas às outras na nossa família fortalecemos os laços entre mulheres, oferecemos conforto diante de dores e nos autoconhecemos mais ainda.

É no autoconhecimento que estas relações moram.

Nós somos o que estas mulheres vivem e viveram, e é apenas conhecendo genuinamente as suas histórias que também entendemos a nossa.

Importante lembrar de não se cobrar e nem se culpar caso o outro lado não queira manter este diálogo, procure formas mais sutis ou apenas esteja perto.

Não ultrapasse seus próprios limites e saiba até onde é saudável ir e construir esses caminhos. Pode partir de nós, mas para que aconteça em algum momento a manutenção da relação precisa ser mútua.

Este é uma boa maneira de reconsiderarmos e ressignificarmos estruturas com o passado, para conhecer o presente e sustentar um futuro melhor para as próximas mulheres e para nossa sociedade.

Estejam juntas, se conheçam, conheçam umas às outras!