Solteira, namorando ou casada: Não importa. Eu sempre gostei de falar de amor.
Agora com nenhum destes status de relacionamento é ainda mais legal.

Chega a ser engraçada a necessidade do ser humano de rotular as coisas: roupas, modo de viver, comer. Sim, engraçada. Algumas pessoas acham irritante e, tenho que dizer que me enquadro um pouco neste grupo. Quando falamos de amor parece que fica ainda mais difícil de fugir da família, amigos e de nós mesmos que queremos saber o que é que estamos vivendo e onde tudo isso vai dar. Aí, entra a famosa pergunta do “em que ponto nós estamos”?

É. Chega uma fase da vida em que parece que todo mundo quer saber em que fase você está.

Quando se conhece alguém querem saber quando será oficializado o namoro, como se o objetivo das pessoas quando estão se conhecendo é apenas mudar o status de relacionamento do Facebook a qualquer custo. Depois onde será o restaurante para comemorar o aniversário de 1 ano. Se você resistiu ao primeiro ano pode esperar a chuva de brincadeiras de quando começará os preparativos para o noivado e depois  o casamento. Calma, a lista não pára! Quando virá o primeiro cachorro, gato, filho, papagaio, outro filho, casa própria, outro cargo no trabalho e poupança para a faculdade das crianças. Uma enxurrada de quandos que você poderá enlouquecer ou desenvolver um sorriso sem graça balançando a cabeça positivamente.

Acredito que pessoas ficam juntas para se conhecer, literalmente. Aprender, errar, rir, acertar, ser companhia e se sentirem mais fortes e melhores juntas. Mas, ainda que você fuja de rótulos, todo mundo passa por uma fase em que deseja saber para onde tudo aquilo está caminhando. Uma santa inocência.

Quando eu era mais nova soava difícil acreditar que um dia eu conheceria alguém que não teria medo de assumir um amor e, ainda melhor, amaria tanto que deixaria suas intenções definidas sem precisar de longos discursos. Quando este dia chegou consegui provar o gosto da confiança e a certeza – um pouco incerta – de quando duas pessoas decidem caminhar juntas. Nos nossos primeiros 6 meses juntos nos definíamos como “indo”. – E aí, estão namorado? – Estamos indo… Eu sabia que estávamos juntos, ele também. A palavra “indo” apenas parecia mais certa e a mais legal de falar. E sincera: Não sabíamos onde tudo ia dar. Até hoje? Também não sei. A verdade que a gente tanto teme em encarar no amor é que nunca temos como saber “onde tudo isso vai dar”.

Que bom. O amor gosta de surpreender.

Começar, manter e terminar um relacionamento não é fácil, mas a vida fica mais leve quando paramos de tratar o amor como um pote de geléia. Coberto por rótulos, lista infinita de ingredientes e modos de usar. Às vezes está tudo bem não pensar na fase que virá a seguir. Aprender a apreciar cada segundo do momento presente sem planejar milimetricamente qual será o próximo passo e quão seguro está. Amar sempre será uma aventura com risadas, choros e com momentos silenciosos forrados por pontos de interrogação. É preciso deixar a vida surpreender – positivamente ou algumas vezes não. Amar é uma escolha que nos tira da nossa zona de conforto.

Amar é saltar sem saber a altura e ao certo onde tudo isso vai dar, mas trilhando juntos o mesmo percurso e dividindo as cargas da vida com status no facebook atualizado ou não.

“A vida é um risco”. Enquanto isso: aproveite a companhia desta jornada.

Continuem indo. Além.