Já me senti muito sozinha.

As vezes ainda me sinto. Meu trabalho é silencioso, é quieto e é divertido também. Mas tem dia, a maioria dos dias, são assim. Eu, comigo (e não sentada aí).

No começo eu gritava aos quatro ventos como era bom render e produzir sozinha, sem precisar esperar por ninguém. Mas a vida não é medida por métricas e resultados. É arrepio.

Como alguém que ama fazer, abraçar o mundo e carregá-lo nas costas, não demorei nada pra entender que meu trabalho dependia unicamente de mim, mas estou há alguns anos me lembrando diariamente de que sem pessoa física, não tem jurídica.

A solidão no trabalho de quem trabalha por conta, em casa ou empreende, existe. E uma hora bate. Vem como um soco no estômago que a gente não sabe de onde saiu. E se pergunta: ué, mas estava tudo bem até agora!? Poderia e deveria estar mesmo, mas a vida não é linear.

A gente precisa do mundo. Das pessoas. De pele, olho no olho e aperto de mão não importa se firme ou sem jeito. A gente precisa do toque. De lembrar que não somos robôs, que nem tudo vai se fazer sozinho, tem coisa que você precisa de ajuda mesmo, tudo bem ficar doente e que imprevistos acontecem além da gente. Vivemos, logo nosso trabalho existe. Não existe o contrário. 

Trabalhar só me trouxe autonomia, poder de planejamento, autorrealização e me fez acreditar muito em mim mesma, eu amo. Mas também me faz abrir mão de planos e me arrancou muitas lágrimas que foram precisas rolar, aprender a lidar e deixa-las me regar.

Só e escrevendo, filmando, fotografando, batendo planilha, criando, fazendo curso, pós e estudando umas coisas que eu não curto, mas que são necessárias, estou na direção do que acredito e pelo o que vivo.

Nunca estamos tão só, quando tem alma de sobra. 

Mas estou aqui pra te lembrar: muito além dessa sala, a vida acontece lá fora. 

Vamos?! #NadaAlémdoSimples