A arte cinematográfica tem sido janela para discussões de gêneros durante anos e, a cada passo que se dá na evolução do empoderamento e liberdade da mulher, mais filmes que têm como protagonistas mulheres estreiam para nos inspirar e nos empoderar.

Fizemos uma lista de filmes que inspiram e empoderam mulheres através de seus enredos, que muitas vezes também denunciam e contam histórias de diferentes personagens, cada uma na sua realidade e época.

>Que Horas Ela Volta? (2015)

“Regina Casé interpreta Val, uma empregada doméstica de Recife que mora há mais de uma década em São Paulo, na casa dos patrões. Dentro deste amplo lar de classe média-alta, Val é considerada “quase da família”, tendo criado os filhos dos patrões como se fossem os próprios, mas ela ainda faz as suas refeições em uma mesa separada, dorme no quartinho dos fundos e jamais colocou os pés na grande piscina onde os outros se divertem. A empregada doméstica foi o símbolo escolhido para ilustrar a condescendência de certa elite que “acredita sinceramente ter sido feita para ocupar tal posição”, como diriam os sociólogos Michel Pinçon e Monique Pinçon-Charlot.”

>Roma (2018)

“A trama é ambientada na Cidade do México de 1970. Ali vive uma família de classe média prestes a desmoronar. A rotina familiar se sustenta coordenada por Cleo (Yalitza Aparicio), uma mulher indígena que trabalha na casa como empregada doméstica e babá. Mesmo assim, nem toda a dedicação e o afeto da funcionária são capazes de conter os danos causados pela constante ausência do pai que pouco fica em casa.

Em alguns momentos, Roma faz lembrar um pouco do nosso querido filme brasileiro Que Horas Ela Volta? (2016), de Anna Muylaert. Isso porque, assim como Val (Regina Casé), Cleo também é “como se fosse da família”. Ela também cria os filhos da patroa – aliás, maternidade é outro tema que os dois filmes tratam sob perspectivas conflitantes e complementares. Sua relação com dona Sofia não é tão tóxica quanto a que existe entre Bárbara (Karine Teles) e Val. As duas até conseguem desenvolver uma relação de parceria a partir do que as une: ser mulher. No entanto, essa relação não ultrapassa as barreiras de classe, e o ciclo que oscila entre proximidade e impessoalidade parece sem fim.” Clique aqui para ler toda a resenha.

>Dumplin’ (2019)

“Willowdean Dickson (Danielle Macdonald) é uma jovem gorda e bastante confiante com o próprio corpo, apesar de não ter o respeito de sua mãe, uma ex-miss (Jennifer Aniston). Quando se apaixona pelo atleta Bo (Luke Benward) e começa a ter inseguranças, Will decide entrar num concurso de beleza como forma de protesto.”

As Minas Nerds fizeram uma resenha crítica muito interessante sobre a importância do filme e o que ele representa na vida de mulheres gordas. Clique aqui para ler na íntegra.

>As Sufragistas (2015)

“No início do século XX, após décadas de manifestações pacíficas, as mulheres ainda não possuem o direito de voto no Reino Unido. Um grupo militante decide coordenar atos de insubordinação, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio, para chamar a atenção dos políticos locais à causa. Maud Watts (Carey Mulligan), sem formação política, descobre o movimento e passa a cooperar com as novas feministas. Ela enfrenta grande pressão da polícia e dos familiares para voltar ao lar e se sujeitar à opressão masculina, mas decide que o combate pela igualdade de direitos merece alguns sacrifícios.”

>Preciosa (2010)

“1987, Nova York, bairro do Harlem. Claireece “Preciosa” Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente de 16 anos que sofre uma série de privações durante sua juventude. Violentada pelo pai (Rodney Jackson) e abusada pela mãe (Mo’Nique), ela cresce irritada e sem qualquer tipo de amor. O fato de ser pobre e gorda também não a ajuda nem um pouco. Além disto, Preciosa tem um filho apelidado de “Mongo”, por ser portador de síndrome de Down, que está sob os cuidados da avó. Quando engravida pela segunda vez, Preciosa é suspensa da escola. A sra. Lichtenstein (Nealla Gordon) consegue para ela uma escola alternativa, que possa ajudá-la a melhor lidar com sua vida. Lá Preciosa encontra um meio de fugir de sua existência traumática, se refugiando em sua imaginação.”

>Histórias Cruzadas (2012)

“Jackson, pequena cidade no estado do Mississipi, anos 60. Skeeter (Emma Stone) é uma garota da sociedade que retorna determinada a se tornar escritora. Ela começa a entrevistar as mulheres negras da cidade, que deixaram suas vidas para trabalhar na criação dos filhos da elite branca, da qual a própria Skeeter faz parte. Aibileen Clark (Viola Davis), a emprega da melhor amiga de Skeeter, é a primeira a conceder uma entrevista, o que desagrada a sociedade como um todo. Apesar das críticas, Skeeter e Aibileen continuam trabalhando juntas e, aos poucos, conseguem novas adesões.”

>As Horas (2002)

“O filme narra a história de três mulheres de gerações diferentes cujas vidas são entrelaçadas pelo romance Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf: Clarissa Vaughn (Streep), uma editora nova-iorquina que prepara uma festa de comemoração pelo prêmio literário recebido por seu amigo de longa data, Richard (Harris), que sofre de AIDS, em 2001; Laura Brown (Moore), uma dona de casa grávida que tenta sustentar um casamento infeliz em Los Angeles, em 1950; e a própria Virginia Woolf (Kidman), que vive no interior da Inglaterra com seu marido, em 1923, e tenta escrever seu livro enquanto sofre de depressão e é atormentada por ideias suicidas.

>Estrelas Além do Tempo (2017)

“1961. Em plena Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética disputam a supremacia na corrida espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refletida também na NASA, onde um grupo de funcionárias negras é obrigada a trabalhar a parte. É lá que estão Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), grandes amigas que, além de provar sua competência dia após dia, precisam lidar com o preconceito arraigado para que consigam ascender na hierarquia da NASA.”

>Aquarius (2016)

“Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaça para que mude de ideia.”

>Frida (2002)

“O filme mostra a vida de Kahlo desde a sua adolescência até a morte. Frida Kahlo foi um dos principais nomes da história artística do México. Conceituada e aclamada como pintora, ela teve também um casamento aberto com Diego Rivera, seu companheiro também nas artes, e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky e com várias outras mulheres.”

>Valente (2012)

“Filha do rei Fergus e da rainha Elinor, Merida é uma jovem impetuosa que vai contra as tradições e costumes do reino e se recusa a ficar dentro do castelo, aprendendo tarefas femininas para se tornar apenas mais uma esposa para o filho de algum lorde. Ela sonha com a liberdade e desafia até seus pais para conquistá-la.”

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Os filmes podem ser as portas para a consciência e liberdade de muitas mulheres. A existência e criação deles é extremamente importante para a visibilidade das questões que rondam a vida da mulher.

Qual desses filmes mais te inspirou? 🙂