A música sempre foi um local meio estranho para nós como qualquer outra área, além de casa, afazeres domésticos, ser mãe e papéis que nos colocam. Pois é, e nós sempre estivemos ali. Por exemplo, o rock foi criado por uma mulher negra, a Sister Rosetta Tharpe. Ela inspirou artistas como Chuck Berry, B.B King, Elvis e Bob Dylan.

Dá uma olhada nessa mulher tocando e cantando sem microfone num festival nos anos 60.

https://www.youtube.com/watch?v=MnAQATKRBN0

Hoje vamos listar aqui algumas artistas musicais mulheres que você precisa conhecer e que fazem parte hoje da cena musical atual do país:

>Ekena

A Ekena é cantora, compositora, mãe, gorda e feminista. Ficou conhecida por conta da música Todxs Putxs que é realmente um hino de libertação. Ela também fala sobre amor e relações em suas composições. Muitas de nós nos emocionamos ao ouvir esta música, por que né?

“Mulher a culpa que tu carrega não é tua/ divide o fardo comigo dessa vez/ Eu quero fazer poesia pelo corpo/ e afrontar as leis que o homem criou pra te maldizer”.

>Xênia França

Uma grande referência hoje na música brasileira, trazendo a ancestralidade preta, religião de matriz africana e empoderamento da cultura afro-brasileira, tudo dentro de construções musicais modernas. Essa é a Xênia França, uma rainha.

“Não fecha a conta/ A cota é pouca/ E o corte é fundo/ E quem estanca/ A chaga o choque/ Do terceiro mundo? “


>Duda Beat

Uma voz suave e com malemolência, a Duda Beat agita de baladas à momentos de boa em casa. Algumas pessoas tentam rotular as músicas dela como sofrência, pop lado-B, por ela misturar elementos da música nordestina com pop e temas de amor. A real é que depois que você ouvir a música Bixinho, por onde a cantora ficou mais conhecida, vai ficar um dia inteiro cantando:

“Eu nunca senti desapego por ninguém/ Com você experimentei/ Não re-sis-ti”


>Psicopretas

Psicopretas é um projeto de mulheres pretas no rap. Então aqui vai ser já um combo de mulheres incríveis e que denunciam questões como violência policial na periferia, racismo, política, colorismo e feminismo negro. Encabeçado pela Sistah Chilli, cantora de dub, rap e reggae.

“Mano o que que tem na minha cor é muita melanina pra você?/
Racistas não sabem o que é amar, /
racistas não sabem. /
Você não sabe o que é passar por isso,/
consigo ver o ódio no seu olhar, /
será que pra Deus somos iguais,/
vocês gostam de ser rivais,

eu criei você,/
você me criou,/
somos a cópia perfeita que faltava no amor,/
esse problema todo que você criou,/
Somos reflexo daquilo que nos machucou.”

>Geo

Letras de amor misturados com elementos eletrônicos, performances no palco e uma pegada, digamos que, robótica. Para entender só é possível ouvindo a Geo.

“Não reguei teu jardim, /
com tantas cores assim, /
só pra ver minhas flores morrer. /
Ainda é parte de mim, /
eu não aguento mais viver assim, /
dessa maneira, satélite sem planeta.”

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Conhecer novos sons é sempre bom, ainda mais se for por mulheres tão incríveis como essas!

Conta aqui pra gente qual artista que você mais se identificou e que não vai sair mais do seu ouvido? 😉