O amor é aquela coisa que quase não precisa nomear. A gente sabe.

Quando a coisa funciona não precisa de cobrança. Daquele tipo que invade, incomoda e passa até mesmo a privacidade do outro. A vida tem o seu rumo normal, cada um toca os dias da melhor maneira possível e os caminhos que cruzarem, tudo bem, vamos juntos.

Quando a coisa bate não precisa forçar. Não precisa de jogo, enrolação ou medo do que vai pensar em dizer isso ou aquilo. O medo de ser quem somos desaparece e descobrimos um mundo novo crescendo dentro de nós. Descobrimos ser maiores, queremos conhecer e abraçar o universo do outro para fazer parte do nosso. Mostrar o que amamos e o que nem tanto assim, o que sonhamos e o que imaginamos. O coração aprecia a vida transborda.

Quando a coisa é especial há vontade de se doar nos momentos difíceis e nos clímax dos capítulos da vida. O desejo de não magoar, ver chorar ou brigar por motivos bobos mora na alma. E essa coisa vira quase como um termômetro: criamos jogo de cintura e aprendemos o que importa e o que é coisa para deixar pra lá.

Quando a coisa tem diálogo não existe espaço para achar isso ou aquilo. Se não entendeu direito, manda uma mensagem e se quer esclarecer, senta para um café. Conversar é a chance de enxergarmos a vida com outro ponto de vista. É pá, tchum e pronto. Só existe a vontade de consertar e ver tudo além dos nossos olhos.

Quando a coisa é pura vem o desejo de fazer sorrir e construir uma amizade forte e forjada, que não será fácil de abalar. Duas bases se unem para montar um mundo. Não importa se ele faz isso, ela aquilo, pois quando a pauta é a vida, os dois sabem bem onde querem chegar.

Quando tem a coisa a gente sabe, mesmo sem ter um manual. Mesmo achando que não sabe sentir, a gente sabe. A coisa nos puxa para o nosso estado mais simples e, até por vezes, bobo. Um café, o sol no final da tarde, um guardanapo escrito ou email na madrugada. Nada disso será mais igual.

A coisa também não perdoa e exige esforço. Algumas vezes nos faz chorar e muito. Mas quando voltamos a sorrir, é como se nunca tivéssemos sorrido antes. A coisa vale a pena.

Quando a coisa é simples a gente esquece até de chamar de amor e está tudo bem. É amor, aquele momento da vida em que nos faltam as palavras. A gente não sabe nem explicar. Só vai vivendo – essa coisa toda simplesmente como é.