Saudade de uma prova né minha filha?

Correr mudou minha vida. Eu nunca imaginaria. Adorava brincar correndo na escola, no início das aulas, antes de tocar o sinal. Já começava o dia com a pele corada, suada, com os olhos estalados e sentava na aula por puro cansaço não só por sentar.

Depois a vida foi ganhando outro tom, outro ritmo. Normal. Correr no início era só uma tentativa possível de fazer algo sem precisar de nada além de mim, um tênis e a vontade de sentir o vento batendo no rosto. Foi correndo que aprendi a ressignificar a minha forma de despertar corpo, alma e mente. Tornou- se uma paixão, empenho, liberdade e kms de sonhos. Foi o que me fez acreditar no meu corpo como veículo.

Nessa fase, tenho ido uma vez (raramente 2x) na semana, 30min pra matar a saudade. Parece um encontro, chego a sentir frio na barriga. Vou quando sinto que minha alma precisa despertar – e se meu corpo precisa repousar eu o escuto. Vou pra lembrar do que me traz arrepio. Pra estar acompanhada de mim. E volto mais inteira. Afinal, nada é como era antes. Nem meu tempo, meu corpo, nem eu. E tenho buscado me dispor a desconstruir e construir com paciência e gentileza.

Corro com e pelo meu coração. É quando levo minha alma pra passear sem sair do lugar. A cada km me redescubro. Correr não mudou minha vida. Na verdade, a gente quem passa a ver a vida diferente correndo. E muda… muda tudo. Só a playlist continua a mesma…

O que te arrepia corpo e alma?

O que te faz se sentir mais inteira? Não só não deixe escapar, mantenha bem pertinho… Como for possível.