Limpa, sem filtro, sem nada. Como somos, nos expomos. A pele com suas marcas do tempo, de nascença, de sol. As olheiras profundas e algumas não tão fundas. Cravo, espinhas, rugas. Os olhos menores sem rímel ou mais inxados de sono, nariz mais largo que o normal e tons neutros, puros, sem alteração. Foi o movimento que vi por aí acontecer. Vi gente apoiando, vi gente se divertindo, vi gente se enxergando… por dentro. Mostrando, o que pra mim, hoje já é tão óbvio: somos o que somos e nenhum filtro vai nos mudar. Também vi, mulherada esculachando os defeitos de umas, ridicularizando uma a outra, duvidando que a outra estava sem nada no rosto e homens dizendo que somos mais bonitas assim. Me desafiaram, e eu “aff, que loucura”, até meu namorado me lembrar que posto foto sem maquiagem direto, com minhas olheiras e pregas, minha sobrancelha falhada que nunca consegui arrumar e meu cílios que não fica curvado nem que a vaca tussa. Pois pra mim, isso tudo é bem claro: não precisa ser bonito, não precisa ser perfeito, não é questão de inveja, só precisamos saber muito bem quem somos, dentro da gente e quem as pessoas são, dentro delas. SER. Com rímel, blush ou não. Pouco me importa se é famoso, a gente dá a cara pra vida dar uns tapinhas todo dia, somos tudo farinha do mesmo saco, que doce ilusão! O que esse movimento me mostrou foi pobreza de espírito. Será que é o que sobra do ser humano sem tanta tecnologia e cosméticos? espero que não, quero ter esperança que sobra bom humor e poesia. Espero que a gente cuide das palavras, dos olhares, dos julgamentos tão cheios de certeza. Ninguém tem certeza de nada e ás vezes, meu caro, na verdade quase sempre, ninguém precisa de um comentário sem noção. Infelizmente, o cosmético, a tecnologia e a cara limpa não são o problema. Infelizmente é o ser humano que trocou o ser, por julgar: E ADOROU. Aí, não tem quem possa ajudar. Pobreza de espírito é o pior dos males. E nem se a gente quiser, pode enriquecer o espírito, ter bom senso e respeito por alguém. Isso, não tem maquiagem. Por isso é isso que eu valorizo quando conheço alguém.

Se ame. Esteja forte pra aguentar os dias e com preguiça o bastante para não se importar com essa falsa bandeira da perfeição. A gente nunca, nunca, nunca, vai ser perfeito pra alguém. E pra que? grande coisa, que preguiça.

Vamos viver olhando outra direção: pra dentro, pro coração. Ele que tem que estar limpo, transparente.