Mês de dezembro é nostalgia, não tem jeito. E todo fim de ano escrevo uma lista de metas para o ano que vem, risco algumas alcançadas, repenso outras e também escrevo o que “fez o meu ano”. Aqui, selecionei alguns itens mais especiais. Não sou nada fã desse formatinho de escrever em listas, mas fica o registro do que teve um valor muito especial pra mim em 2014. Espero que se identifiquem com algo do ano de vocês ou que seja útil para o ano que vem. 😉

1.DOEI MUITA ROUPA
Este ano fiz um cata no meu guarda roupa pelo menos umas 10 vezes. Dei BEM mais da metade do que eu tinha. E não me fez falta nenhuma. Me sinto mais leve, mais tranquila. Realmente, a gente guarda muito mais do que precisa e consegue usar. E quando damos alguma coisa e fazemos esse bem, sempre o bem volta pra gente – como uma amiga que vem te visitar e lhe traz umas 3 peças de roupa, do nada, bem no dia em que você deu uma sacola cheia.

2.DEI TEMPO
Tempo. Palavra linda que vale ouro atualmente. Aprendi ainda mais a respeitar o meu, dos outros e dos mais lerdinhos que me tiravam do sério. Enxergar que cada um tem o seu momento, o seu silêncio e isso precisa ser respeitado e valorizado. Viver um dia de cada vez sim, mas sem desespero. E, acima disso, amei o tempo que era só meu. Assistindo meu seriado, lendo meu livro, comendo a minha comida cheia de frescura, minha meditação. Estar acompanhado é uma delícia, mas se suportar e se amar sozinho, é um presente – que só você pode se dar.

3.ME ORGANIZEI AINDA MAIS
Organização é tudo na vida, em tudo. Quanto mais a gente se organiza, mais a gente se conhece. É uma troca que só agiliza nosso dia a dia e ainda, deixa aquela sensação de “casa limpa” por dentro – só corre o risco de ter umas manias chatas e irritantes, mas quem não tem? 😉

4.NÃO VIAJEI
E isso foi bom. Acredito que tudo tenha um momento certo e o deste ano, foi esse. Em contrapartida, foi uma delícia ver como é bom ter a sensação de estar aconchegado e com os pés fincados em um lugar. De ter um lar e não querer desgrudar dele – assim como no livro, “o pequeno príncipe diz: as pessoas grandes não gostam de criar raízes, criar laços, querem sempre mudar”. Como é bom não precisar fugir de nada e matar no peito que problema não se resolve sozinho – nem mesmo com estrada. Como é bom não precisar fugir do mundo quando a gente se aceita, se cuida e ama respirar o ar de casa. Como é bom se divertir em casal sem precisar sair, morrendo de rir com uma pizza no chão da sala ou um café na praça. Já dizia um amado por aí “para viajar, basta existir”. Pra mim, hoje, isso diz tudo sobre a vida e a sua simplicidade. Como é bom estar em casa.

5.PLANTAS
Elas me abraçaram este ano! Eu diria que foram além de terapêuticas, foi um aconchego que me faltava para me sentir em casa e nem eu sabia o quanto. Estar próximo da natureza, nos traz mais vida, faz nos sentir mais frágeis e mais humanos – a gente não é tanto que pensa que é. Somos o que semeamos. Colhemos o que plantamos, em tudo. E a natureza é uma prova viva e nítida nisso. Me fez bem, muito bem. Viramos realmente, cada dia mais, bichos do mato. Nem ligo.

6.CORRI – COM CONSCIÊNCIA- ATRÁS DO MEU SONHO
Corri e vou continuar correndo em 2015, enquanto as pernas tiverem boas e, se não tiverem, me adapto e corro com as mãos mesmo. 2014 foi um ano doloroso em infinitos segmentos pra mim, um ano de muitas decisões e realizações meio vagas, mas ainda assim, foi o melhor. Estranho de escrever isso.

7.COLETIVO
Este ano, mais do que em todos os outros, me frustei com a falta de senso coletivo em que vemos todos os dias em pequenas coisas. A facilidade em que as pessoas quebram pequenas regras e se acham certas e que tem motivos pra isso “estou cansado, trabalhei o dia inteiro”, “eu preciso lavar meu quintal com mangueira todo dia, sim”. Passei dias com essa amargura em mim, até que resolvi, me concentrar em melhorar minha parte e na medida do possível, tentar espalhar isso. O país pode estar em um momento complicado, praticamente em uma manipulação para por em guerra todo mundo contra todo mundo -e ninguém percebe-, mas a gente ainda pode facilitar a nossa vida e pelo menos, não atrapalhar a do outro.

8.CUIDADOS COM A CASA
No fim deste mês, consegui me equilibrar entre viver e manter a casa limpa. Eu realmente tenho um certo probleminha em querer deixar tudo sempre no lugar e na ordem certa. Não consigo trabalhar se tem louça na pia ou se precisa passar uma vassourinha ou tirar o pó. E, isso, pra quem trabalha em casa, é um tormento. É uma disputa infinita de atenção que agora estou conseguindo me manter na corda bamba.

9.PACIÊNCIA PARA BRIGAR
Sempre odiei brigar. Não por medo do conflito, mas por simplesmente ter preguiça. Prefiro dormir do que bater boca, só isso. Esse ano me prestei, não a brigar, mas a ter paciência para lidar com as coisas, não no meu tempo mas, no tempo da outra pessoa. No fim das contas, pra pessoa, nada mais é do que demonstrar que você se importa em resolver o problema dela. E resolver – nem sempre o seu problema – é o caminho certo.

10.ESPERAR E ESPERAR
Esperar é um inferno. Mas, um inferno que a gente tem que não só passar, mas se queimar um pouquinho, ficar de banho maria na vida. Não tem como se livrar. E já vou dizer: não adianta que não dá pra apressar. Então, evolui no que está ao seu alcance, se empenha enquanto toma um toddynho porque, olha, não vale apenas se desgastar e desperdiçar energia. Não mesmo.

11.SEM MAIS CHORAMINGAR
Se a coisa tá ruim, tá ruim. Desabafa e chora, mas não se estende. Simples. Gasta energia pensando em como resolver ou tentar ter a racionalidade de sacar se é hora de não resolver nada, abraçar a vida é só ir – passa um cafezinho que ajuda.

12.COMPARTILHAR
Eu sempre fui tive o coração mais fechado que aberto. Demoro para confiar, mas quando confio, me entrego. Eu sempre fui até um limite e, criar um blog, foi agridoce. Hoje é minha gaveta preferida do dia! um cantinho que quando abro, só tem coisa sincera e verdadeira – e no meu limite. Poder compartilhar que meu dia foi péssimo ou que está tudo em paz e ser abençoada com um comentário de que sim, também era assim que outra pessoa se sentia, é demais. Compartilhar é acrescentar. É querer evoluir junto. Uma benção que o virtual nos trouxe – que saibamos usar bem.

13.CATIVAR
Este ano amei demais. Estive perto de amigos sempre, cuidei da minha cachorra ao máximo – economizei com isso também-, passei o cafézinho do meu namorado todo santo dia pra ele ter um dia bom, tomei muitos cafés da tarde com meus pais e ri demais mesmo quando os dias estavam uma droga. Escolher as pessoas que caminham com você, é como ter uma família a dedo. Cada um sabe o que é melhor pra sí e o que pensa sobre a vida, e se não sabe é melhor descobrir. As pessoas que são seu tripé no dia a dia fazem toda diferença. Eu, não tenho do que reclamar.

14. “SERÁ QUE A GENTE CONSEGUE FAZER?”
Foi a frase mais falada em 2014 nessa casa. E fizemos TUDO que quisemos fazer com o que sobrou das madeiras da reforma: 2 mesas para os estúdios, bancos da cozinha, gabinete da pia, molduras, prateleiras, quadros, reformamos móveis, reviramos todas as caçambas da rua, carregamos quase 3 mil tijolos, fizemos cortina, suporte de vasos, tanta coisa! E a moral da história é: você pode fazer o que quiser, contanto que pesquise nessa internê, tenha muita vontade e cabeça pra funcionar em improvisos bacanas. Ainda temos uma listinha, nos falta tempo agora. Mas, começo do ano estamos aí, reformando móveis e caçando ideias. Não é preciso ter rios de dinheiro para decorar seu lar. Basta ter carinho – e desapegar do esmalte.

15. INTERNET, INTERNET
Eu sempre me achei bem resolvida com ela. Nunca fiquei mexendo frenéticamente no celular se estou em uma conversa (ao menos se é minha mãe no whatssap), na verdade, nunca nem uso na rua, ficou muito desatenta. E também jamais tentei passar uma vida que não é minha, uma coisa que não sou eu e procuro sempre responder as pessoas, odeio deixar alguém falando sozinho. Algumas vezes a correria complica, mas dá se um jeito. Mas, um ponto sempre me pegou: trabalho. Recebo muitos contatos pela internet e sempre respondia. Podia ser 3 da manhã de um sábado e lá estava eu mandando referências. Parei. Não por desleixo, mas porque é preciso. Freela perde um pouco essa mão de horários e tudo mais é complicado. Limites é a palavra, né?

E você? o que fez este ano que te fez melhor? conta! 🙂

A gente se vê em 2015. Obrigada por TUDO neste ano que passamos juntos por aqui. Prometo falar menos – mentira, não vou cumprir isso nunca. ;)