Estes dias me deu um BUG ao lembrar da minha meia maratona: foi este ano né? ou ano passado? CREDO! Minha cabeça não é das melhores, mas parece que passou uma vida desde aquele dia. Depois da meia maratona senti um pouco de incomodo no joelho, o bastante para parar por uma semana, que foi o meu maior erro. Alonguei pouco e nesta semana com dor, tive muito trabalho, fiquei muito tempo sentada, o que só piorou. Não foi lesão, não foi nada demais, mas a dor era grande. A dor era um sinal que eu deveria ir aos poucos e não parar, como fiz por mais duas semanas.

Continuei com academia, exercícios e depois destas semanas, corri. A dor voltava e a pressão na cabeça era ainda maior. “Você correu 21.1k, claro que consegue o seu 5k abaixo de 25min agora”. Lá estava eu, escrava dos números mais uma vez. Tem gente dedicada e que não para até alcançar um objetivo e tem gente que é assim, acha que consegue e se não consegue, bate um pequeno desânimo. Essa era eu, buscando o equilíbrio em mim mais uma vez.

Resolvi trabalhar mais as pernas, as mesmas que estavam doendo e que senti que precisava reforçar. Agachamentos e exercícios com o peso do corpo viraram rotina e pular corda uma diversão no quintal. Passei a correr uma vez na semana com o Barba, para esfriar a cabeça. Mas estava bem, não estava surtada e mantinha os exercícios, o meu momento presente.

Agora montamos uma nova planilha para em Abril vir o dobro: 42.2K. Algumas pessoas me perguntam como é voltar a correr e, se eu puder dar um conselho é simples: NUNCA precise voltar. Pra isso, nunca pare. Eu diminui muito e senti como se estivesse começando do zero mais uma vez. De maneira nenhuma isso é ruim, mas escutar nosso corpo é importante. É fundamental. Meu corpo não me dizia para parar e nem diminuir, mas para ir mais devagar. Que estava tudo bem ir devagar, que saber e curtir o caminho é melhor do que terminar mais rápido. Que eu sabia que conseguia, agora era hora de aproveitar.

Até setembro vamos manter as corridas 3x na semana com distâncias curtas em 5 e 7km. 3 dias de fortalecimento muscular e um dia de bike. Estamos nos divertindo, como da primeira vez. Alguns dias mais fáceis, outros bem mais difíceis, quase parando. É neles que, quando termino, me descubro mais forte do que penso que sou: paro de pensar e vou.

Ainda me acostumo com o vento no rosto, a respiração que não é ofegante, mas não é confortável como antes. É engraçado como a gente demora para se acostumar com o desconforto e demora mais ainda para voltar a se sentir confortável com ele. Corrida é isso. Se equilibrar e adaptar com o desconfortável.

Então, se me perguntam como é voltar a se preparar para uma prova e correr: é sempre como a primeira vez. Por isso, não importa quanto de tarefas tenham, quanto de preguiça ou desânimo sinta, continue a correr. Foi assim que me mudei pra melhor e me equilibrei, não posso esquecer.

Continue a correr. Continue.

(também mudei o meu mantra desta vez)