Amar é seguir uma lógica diferente.

É abrir espaço no coração, na agenda, no encontro na semana e para a vida ganhar um novo enredo. É conhecer, desvendar e se entreter com o simples fato de ser junto com alguém e, isso render boas risadas. Amar é juntar. Os pedaços remendados do coração, os sonhos, planos perfeitos ou furados e, quando a vida colaborar, arranjar um novo endereço para dois. Amar é multiplicar. Lotar os armários, colocar meias na mesma gaveta e sair com pé de um e o pé do outro, sem se importar. Amar é dividir. A mesma máquina de lavar, contas para pagar e o restinho do almoço no jantar. Amar é somar. Tupperwares de todo tipo na despensa, ter uma xícara de café na mesa a mais e trazer grandes novos amigos para o bar. Amar é contribuir. Para que o café do outro não amargue e, na medida do possível, garantir que o fim do dia seja paz. Amar é torcer. Para que o quarto não tenha goteira, o freela não caia bem no final de semana e que as pizzas no domingo chuvoso não atrasem.

Amar é deixar livre para escolher estar.

Como uma amizade de infância, sem contrato ou supervisão, apenas sonhos para o futuro e uma admiração de outro mundo a cada dia. Amar é uma chance. Para conseguir domar o tom da nossa voz, aprender a entender os motivos de alguém e confiar, por simplesmente confiar. Amar é saber. Quanto adoçar do café, sorrir quando ver no cardápio a sobremesa preferida do outro e notar quando uma lágrima silenciosa começa a se formar. Amar é não saber. Como agir, contar uma notícia ruim sem magoar e de onde tirar forças para travar a vida, mas continuar.

Amar é adorar a rotina, afinal você a divide com alguém que mais curte no mundo.

Com uma parceria que sabe os teus filmes preferidos, quando você quer estar só sem dizer uma palavra ou quer um gole de vinho para salvar. Amar é aceitar. Que os encontros agora são conversas sem fim no sofá, no sábado o traje de gala é aquele moletom surrado e domingo é dia de força tarefa para faxinar. Amar é ver a vida com outro olhar, novos planos, sentidos e com uma lógica diferente para cada dia. Nem melhor, nem pior.

Amar é fazer alguém se sentir mais confortável de ser quem é para o mundo.

É arrancar o melhor que podemos ser trabalhando com o tempo das coisas e as presepadas que começarem a surgir. Amar é completar. Frases do outro, contar uma história no mesmo ritmo e pegar os mesmos trejeitos que a gente não aguentava mais lidar e, que, agora faz parte de você. Amar é ser amigo. A mistura da pessoa mais legal do mundo com a que mais pega no nosso pé, quem dá um nó na cabeça de nervoso é a mesma que arranca um sorriso besta no meio do dia. Amar é deixar ir. Para onde quer, com quem quiser, rir, divertir e esperar ansioso para voltar, contar e sorrir com o riso do outro mesmo longe. Amar é tolerar. O que é novo, diferente e não ter medo de lidar com o desconhecido de alguém. Amar é compreender. Quando o outro não atende o celular, diz que não tá afim de fazer nada e muda os livros da casa de lugar. Amar é se reequilibrar. Em novos tons e melodias de outro coração.

Amar é ter tudo em um verbo só e, ainda assim, manter a leveza de ser. E só.

Amar é quando dá gosto de viver a vida ao lado de alguém. Nem mais, nem menos.