Aqui em casa podemos responder de duas maneiras: sim e não. Mas, o melhor título para este post seria: Correr te faz bem?

Quando comecei a correr o que eu mais ouvia era “mas você já é magra, vai sumir”, por isso acho melhor reforçar alguns pontos antes de começar a responder o título deste post.

Ser magra não é sinônimo de ser saudável. PONTO. Eu estava bem com meus exames médicos, mas minhas disposição e rendimento não me acompanhavam tão bem. Isso que sempre fui ativa e sempre caminhamos bastante por ficarmos um bom tempo sem carro e utilizarmos só em situações mais específicas. Mas, né, não adianta! Nós não temos noção do nível de sedentarismo que alcançamos atualmente. 2 anos atrás eu fiz minha avaliação na academia e 10 minutos depois o instrutor teve que parar: Meu batimento chegou a 180 em 10 minutos de bicicleta. Me senti ridícula. Na hora de preencher “qual seu objetivo na academia”, eu disse: quero subir a rua de casa sem ficar ofegante. O instrutor riu e achou que eu estivesse brincando, talvez por eu não ter dito que queria um bumbum de panicat. Porque raios exercício físico precisa ser apenas por algo estético? Bom, este é outro tema.

Nunca fui fã de levantar peso, mas eu sentia que precisava, pois terminava as sessões fotográficas com muita dor nas costas e coxas. Aos poucos fui sentindo diferença no meu rendimento. Até que 1 mês e pouco depois comecei tentar a correr, toda aquela história toda que vocês já devem ter decorado. Me apaixonei e fazer musculação ou exercícios para ganhar força e correr melhor não era um sacrifício tão grande assim.

(Agora vamos ao paralelo…) RESUMO DA ÓPERA: Fabinho sempre se manteve em um boa faixa de peso saudável e adorava fazer academia. Se mudou pra SP, parou de fazer esportes e começou um trabalho fixo. Nesta época ele me perguntava se eu achava que ele tinha engordado e eu dizia que não. A gente quando convive quase não percebe, mas quando finalmente CONSEGUE ver, lá se foram 5-7kg a mais. Tudo isso só de comer sempre um doce depois do almoço, uma coxinha de lanche da tarde, pastel toda quarta no trabalho e chegou a 77kg.

Nessa época que entramos na academia Fabinho já tinha perdido boa parte deste excesso apenas por cortar estes pequenos prêmios que a gente se dá para deixar o dia “feliz” depois de trabalhar muito. Diminuiu 8 cm de cintura só com bom senso no prato, academia 3x e corridas curtas 3x na semana.

(Voltando lá pra meia maratona….) Meu peso até a minha meia maratona se manteve com uma pequena variação de meio kg a mais. Fabinho estava em preparação para a maratona e estava BEM seco, o que é normal nesta fase com volume alto de treino, mas ocorreu perda de músculo a mais do que deveria.

Depois da minha meia maratona e da maratona do Fabinho, decidi encarar a minha primeira maratona. Foi a hora em que resolvi entrar em contato com uma nutricionista (nossa amada Poly) e puxei Fabinho junto comigo. Deveria ter feito isso antes, deveria. Ao menos foi em tempo dos 42.2km, pois eu não teria conseguido ou terminaria bem prejudicada. Particularmente eu odeio falar em números. Mas se for para desconstruir um padrão, vamos lá. Comecei o trabalho para fortalecimento muscular e fui de 20% de gordura para 18% em poucas semanas comendo mais (HEHE). Depois de 18% de gordura para 15% em mais 2 meses comendo mais ainda (HEHEHE). Meu peso foi de 45.5 para 46.5-47kg. Fabinho foi de quase 20% de gordura para 9% e depois chegou a 6%, conseguindo terminar essa última maratona com 70kg, praticamente o mesmo peso.

Vira e mexe me falam que eu aparento mais magra, mas mais forte. Quando digo que ganhei quase 2kg a mais correndo dizem “Credo, então não vou começar a correr”. Ganhar peso não é ruim, se é feito de forma saudável e com propósito. Ainda mais quando você gosta do que vê e essa força te traz benefícios na sua vida. Não tenho apego algum com número da balança depois que compreendi que ele é só um número total, não uma avaliação corporal que vai muito além. Sim, é melhor confiar nas suas roupas.

Hoje, sinto que consigo realizar meus desejos. Meu corpo consegue acompanhar a minha mente e esta foi a maior recompensa. Consegui escalar em 2.500m de altitude sem me sentir mal, não precisei de ajuda e ainda fiz esteira no final do dia pois estava com saudade de correr depois do repouso da maratona. Minha pressão esta quase sempre estabilizada, não passo mal com facilidade e não lembro a última gripe que me deixou de cama.

Não tiro o fator estético, mas acredito que precisamos de hobbys e momentos de prazer na rotina. Dance, pedale, corre, nade, salte, faça yoga, escale, ande de patins, circo… Procure algo para se apaixonar e se perca! Sinta prazer. Priorize ter um tempo para se cuidar e curtir. Não se sinta culpado por isso. O trabalho pode esperar. Você consegue dar jeito.

E acima de tudo: se ame como você quer, não com um número que dizem que você precisa alcançar.

Fabinho chegou na faixa saudável perdendo. Eu cheguei ganhando. Nós, encontramos algo que nos faz sorrir, como nesta foto, que é impossível de explicar.
Somos mais livres dos nós do dia a dia a cada km.