Esse é um momento quase mágico, daqueles que até deixam a vida com cara de câmera lenta. Você com seu bichinho na coleira, indo em direção a uma pracinha do bairro. Você abaixa, na altura dos olhos dele, faz carinho na cabeça e fala baixinho “Por favor, fica só por aqui”. Segura no ganchinho da coleira… e solta! “Então é assim a liberdade?” É, é assim. ♡

Quando encontramos a Lucy na rua, ela tinha mais ou menos 8 meses. Já era grandinha, vivida e ainda não nos tinha como “donos dela”. A coisa que mais queríamos era poder andar com ela sem guia. Simples: ela se diverte mais e nós também ficamos mais livres. O tempo passou um pouquinho e quando nos sentimos seguros, finalmente, tiramos o ganchinho da coleira. Algumas pessoas nos perguntam como conseguimos acostumar ela assim, como neste vídeo. Vou tentar contar alguns pontos que aprendemos e que aconteceram com a gente:

1. O dono.: A Lucy responde bem tanto pra mim quanto pro Fabinho. Mas, em momentos como este na euforia do passeio e na ânsia de querer brincar, os cachorros tendem a nos “ignorar” um pouquinho. Nesses casos, ela acaba respondendo melhor a ele. Afinal, todos os truques foi ele quem a ensinou. Também, ele é o que consegue ficar mais tranquilo. Eu, confesso, fico com o coração na mão. Mas, ai já é outro tópico.

2. Truques.: É, tem um bom motivo para se ensinar truques pro cachorro além de ser muito fofo. Ele aprende a responder e a obedecer comandos do dono. Aprende quem é que manda, a recompensa disso e a ter contato visual e corporal com o dono. Ter confiança nessa relação entre você e seu amigo é fundamental antes de partir para este nívelzinho acima. A partir disso, a segurança de soltar o bichinho vem de brinde.

3. Coleira frouxa.: Primeiro, antes de tudo isso, é claro, comece os passeio com a coleira. É importante o cachorro ver que você é quem conduz e coloca os limites dele. Não tem coragem de soltar de uma vez? claro! vá aos poucos deixando a coleira mais folgada, de preferência quando ele estiver sentado ou deitado. Você vai notar que o primeiro impulso dele não será fugir. Será farejar ao redor dele. O importante é começar cedo.

4. Leve petiscos.:
Não precisa ser sempre, mas no começo ajuda pra ele se acostumar com a ideia de “se você o chamar, e ele voltar, ganha um agradinho”. Quanto mais cedo acostumar o cachorro assim, melhor. Mais rápido ele se habitua com você, seu comando e o limite de espaço dele. No caso da Lucy, foi engraçado, ela acostumou a voltar quando balançávamos a coleira dela e fazíamos uma festa quando ela chegava.

5. Solte perto de outros cachorros.: Começamos a perceber que quando a Lucy tinha outros cachorros por perto, ela parava de querer ir para muito longe, e ficava ali, brincando e se enchendo de baba com outros cachorros. O que era muito bom. Assim, ela via que podia ficar solta numa boa se ficasse por perto. Brincar com o bichinho, também ajuda.

6. Não corra!.:  Isso é muito importante. Quando mais você corre atrás de um cachorro, mais longe ele vai. Tente mostrar o petisco, agachar, chamá-lo como se fosse brincar ou mostrar uma bolinha.

7. Vá em praças.: A gente vai muito pouco em parques. Primeiro, porque são muito cheios, e o que queremos é relaxar. Segundo, porque soltar seu bichinho em uma praça mais tranquila, entre ruas com menos carros e movimento, pode ajudar. Cachorros tendem a ir na onda da energia do lugar. Ou seja, se ele já é agitado, em um parque com um mundaréu de gente, ele vai te ouvir e responder ainda menos.

8. Confie!.: Ah! é difícil. Mas é preciso! Se você fica tenso, ele também fica, e aí não dá certo mesmo. O voto de confiança é fundamental. Mas, é claro, pode ir aos pouquinhos.

Parece muita coisa. Mas, vale a pena! Ver seu bichinho correndo feito doido no mato não tem preço. No meu caso, meus dois bichinhos – esse namorado jura que é um cachorro também. Bom, gente boa igual ele é.

Ainda mais importante que todos estes tópicos é você sentir, conhecer e confiar no seu animal. Não faça nada com pressa e na empolgação. Deixa o barquinho fluir ♡