{"id":6858,"date":"2014-10-20T16:03:01","date_gmt":"2014-10-20T16:03:01","guid":{"rendered":"https:\/\/nadaalemdosimples.com\/?p=6858"},"modified":"2017-12-20T15:53:37","modified_gmt":"2017-12-20T15:53:37","slug":"observando-uma-questao-de-encaixe-ou-de-catuaba","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/nadaalemdosimples.com\/observando-uma-questao-de-encaixe-ou-de-catuaba\/","title":{"rendered":"> Uma quest\u00e3o de encaixe – ou de catuaba."},"content":{"rendered":"
Sexta- feira a noite, a banda em que ele se enfiou ia tocar e, namorada \u00e9 pra essas coisas, l\u00e1 fui eu curtir a pontinha de juventude porradeira que tem em mim. A banda<\/a> \u00e9 boa, muito boa, energia brasuca pra l\u00e1 do teto e contagiante, n\u00e3o vi ningu\u00e9m parado. Exceto, bem, quem vos escreve. Na verdade, pensei essa cr\u00f4nica inteira enquanto estava por l\u00e1, entre uma, duas, tr\u00eas e deixapral\u00e1 catuabas. Pausa pro intervalo, ele vem, toma uma \u00e1gua e nos entregamos ao pingo de velhice e saudade que levamos estampados na cara: abrimos o v\u00eddeo da nossa cachorra no meio do rol\u00ea E ainda mostramos pra quem estava por perto E n\u00e3o est\u00e1vamos\u00a0n-e-m-a-\u00ed. Com certeza pode n\u00e3o ter sido amor, pode n\u00e3o ter sido destino. A gente precisa sempre dar nome aos bois para criar um racioc\u00ednio em um texto, mas dessa vez meu amigo, foi s\u00f3 a catuaba mesmo – no caso a minha batizada de santa casamenteira. Mas, a boa not\u00edcia pra vida \u00e9 que, ainda que voc\u00ea n\u00e3o tome a vergonha na cara de aprender a sambar ou s\u00f3 queira aquela noite dan\u00e7ar sozinho, o amor uma hora faz a parte dele no tempo dele e depois, n\u00e3o importa a dan\u00e7a, mas com quem se vai tirar pra dan\u00e7ar pela vida toda. Como j\u00e1 cantam por a\u00ed, “S\u00f3 sei dan\u00e7ar com voc\u00ea, \u00e9 isso que o amor faz…”<\/em>\u00a0 – e a catuaba tamb\u00e9m, n\u00e3o confunda.<\/p>\n Fotos dessa noite? aqui.<\/strong><\/a><\/p>\n
\nA banda volta e minha preguicite \u00e9 mais que a primeira parte, canso s\u00f3 de ver aquela galera fazendo todos os paranau\u00eas de coreografias que eu n\u00e3o sei fazer e cantando letras que eu n\u00e3o sei de cor e muito menos sambar – que inveja. L\u00e1 no fundo, no cantinho, vi um cara ali, dan\u00e7ando meio que sozinho, p\u00e9 pra l\u00e1, o outro pra tr\u00e1s, m\u00e3o ora pra direita, depois esquerda e sorrindo com olhos fechados. No outro lado do sal\u00e3o, uma mulher, dan\u00e7ando meio que sozinha, p\u00e9 pra c\u00e1, o outro pra frente, m\u00e3o ora pra esquerda e depois direita e sorrindo de olhos fechados. Suspirei quase gritando: abram os olhos meus queridos, o\u00a0avesso de voc\u00eas t\u00e1 do outro lado esperando pra se encaixar. Encaixar. Olhei e olhei tanto que, por fim, o cara veio e me pediu pra dan\u00e7ar. N\u00e3o mo\u00e7o, n\u00e3o sou eu. \u00c9 ela, ali de vestidinho florido. Tudo \u00e9 uma quest\u00e3o de encaixe e isso voc\u00eas j\u00e1 tem. Ou n\u00e3o.
\n\u00c1s vezes o amor nos faz dan\u00e7ar, mesmo sem saber. \u00c1s vezes ele nos ensina a dan\u00e7ar muito bem e depois, vai embora. Para outros, encaixa e bate o santo, mas ainda n\u00e3o \u00e9. Alguns, o momento ajuda a dan\u00e7ar aquele primeiro momento e depois, n\u00e3o \u00e9 mais preciso dan\u00e7ar, s\u00f3 deixar o amor ser. Outras vezes, nenhum dos dois sabem, mas se entendem como ningu\u00e9m sem se entender. E foi a\u00ed que, enquanto a banda cantava “Ela \u00e9 minha menina, eu sou o menino dela”<\/em> percebi que eles se olharam! Ela cochicha para amiga que mal se mexeu a noite inteira e ela vai at\u00e9 ele e o tira pra dan\u00e7ar: A AMIGA! A coisa n\u00e3o batia com nada, mas fechava, sabe? \u00c9. Para outros, o amor vem na coragem de n\u00e3o saber e s\u00f3 ir e se lan\u00e7ar. E a tal do vestidinho florido, ainda dan\u00e7ava sozinha sorrindo de olhos fechados. A m\u00fasica realmente tava muito boa, mulher.<\/p>\n