{"id":6553,"date":"2014-09-24T13:41:15","date_gmt":"2014-09-24T13:41:15","guid":{"rendered":"https:\/\/nadaalemdosimples.com\/?p=6553"},"modified":"2022-08-30T18:44:39","modified_gmt":"2022-08-30T18:44:39","slug":"entrevista-para-ideia-fora-de-hora-fotografia-arte-blog-amor-e-simplicidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/nadaalemdosimples.com\/entrevista-para-ideia-fora-de-hora-fotografia-arte-blog-amor-e-simplicidade\/","title":{"rendered":"> Entrevista para Ideia fora de hora: Fotografia, arte, blog, amor e simplicidade."},"content":{"rendered":"

A Camila do Ideia Fora de Hora <\/a><\/strong>, fez uma entrevista bem legal comigo, falando de trabalho, a fotografia, blog e a vida. Compartilhei na fanpage do blog, mas resolvi printar tudo e copiar tudinho bonitinho como ela fez e trazer pra c\u00e1 pra ficar registrado, pois sempre recebo mensagens perguntando sobre como sai da inform\u00e1tica pra calhar na fotografia e como foi esse processo pra mim. Respondi tudo com muita sinceridade. Espero que gostem! Mas, depois de ler, visita o cantinho dela, hein? \ud83d\ude42<\/p>\n

\"image\"<\/a><\/p>\n

Voc\u00ea fotografa de tudo um pouco, a Lucy, momentos de decora\u00e7\u00e3o da casa (que est\u00e1 uma fofura), momentos distraidos, momentos de carinho e amor e al\u00e9m de ser o seu meio de trabalho. Como a fotografia entrou na sua vida? E de que forma decidiu que ela seria o seu trabalho? Porque?<\/strong>
\nJ\u00e1 vou avisando que sou do tipo matraca, mas, vamos l\u00e1! A fotografia apareceu de um jeito bem calado e mansinho, hehe. Meu pai sempre adorou fotografar, daqueles tipo \u201ccoreanos\u201d. Ele tem um arm\u00e1rio s\u00f3 com fotos minhas e dos meus dois irm\u00e3os, muitas e muitas fotos. Eu adorava fotografia, j\u00e1 tinha lido livros sobre Sebasti\u00e3o Salgado e Bresson, mas nunca tinha fotografado. Com 16 anos eu trabalhava em uma empresa de inform\u00e1tica como especialista de sistemas, pagava meus cursos e me mantinha, estava ok. Mas, eu n\u00e3o era feliz. N\u00e3o pelo trabalho, mas por mim mesma e s\u00f3 depois de passar por isso consegui descobrir isso. Mas, at\u00e9 ent\u00e3o, chorava todo dia no banheiro do trabalho culpando aquilo, mas se eu fosse fot\u00f3grafa, tamb\u00e9m n\u00e3o estaria legal. Eu sempre me questionei demais e isso foi uma avalanche na hora de escolher \u201co que eu seria?\u201d. E no primeiro semestre da faculdade de R\u00e1dio e TV tive aula de fotografia anal\u00f3gica e me apaixonei. Consegui juntar um dinheiro e comprei uma t1i. Fucei, fucei ela inteira, li tudo quanto \u00e9 apostila da internet e tive um amigo que me apadrinhou e saia comigo para fotografar por a\u00ed. Depois fui fazendo autorretratos ligados ao teatro que eu cursava na \u00e9poca e publicava no Flickr. Muita gente perguntava se eu fazia ensaios e eu dizia que n\u00e3o. At\u00e9 sai em uma revista sobre esses autorretratos. Nesse meio tempo conheci o F\u00e1bio, sempre muito racional e cauteloso, ele me dizia: voc\u00ea perde tempo, vai viver de fotografia. Me surpreendi com o tipo de coment\u00e1rio dele e comecei a pesar os dois lados, me lembrando sempre de uma frase de um professor que tive na escola: voc\u00ea tem que fazer o que voc\u00ea gosta, faz bem e que te pagariam pra fazer. E eu, me segurei e juntei o m\u00e1ximo que pude de dinheiro, montei um portif\u00f3lio e me joguei no que eu sentia afinidade que s\u00e3o ensaios femininos e de moda, mas j\u00e1 fotografei eventos, shows, de tudo. Hoje, agrade\u00e7o a inform\u00e1tica pelo tempo que passei com ela, foi preciso e \u00fatil pra me conhecer. Cai de paraquedas na fotografia, mas s\u00f3 tenho a agradecer a ela, pois no fim, ela juntou todos os tipos de arte que eu sempre quis me envolver e me questionava se eu era normal por gostar de tudo aquilo e, foi a\u00ed que percebi que tem trabalho pra tudo quanto \u00e9 louco no mundo. Por fim, no come\u00e7o deste ano, descobri que me av\u00f4 foi formado em fotografia em 1958 e tinha um laborat\u00f3rio em casa, loucura n\u00e3o?\"image\"<\/a>\"image\"
\n<\/a>Seu instagram \u00e9 repleto de amor, pelas suas fotos \u00e9 percept\u00edvel esse sentimento. Em que momento voc\u00ea sente que \u00e9 hora de fotografar? <\/strong>
\nFico muito feliz que isso de alguma maneira passe para as fotos, por que realmente \u00e9 o que eu sinto, n\u00e3o teria outra palavra melhor e mais completa para explicar. Mas, fotografo naqueles momentos em que sorrio bobamente sozinha, seja por algo muito simples ou por algo ao meu redor da casa que me fa\u00e7a transbordar. Nem sempre consigo registrar tudo o que gostaria ou com a c\u00e2mera para ter um pouco mais qualidade, alguns momentos s\u00e3o r\u00e1pidos demais, mas guardo tudo com meus olhos com muita paix\u00e3o.<\/p>\n

\"image\"<\/a><\/p>\n

Agora, relacionado ao seu trabalho. Como foi o in\u00edcio de tudo? A dificuldade foi grande? Pensou em desistir?<\/strong>
\nAcho que j\u00e1 respondi ali no in\u00edcio como foi que tudo aconteceu. A dificuldade foi imensa. A fotografia foi um choque pra mim. \u00c9 dif\u00edcil ser freelancer, n\u00e3o \u00e9 um mar de rosas. Eu sempre fui extremamente organizada e regrada com trabalho e no in\u00edcio surtei um pouquinho. Sempre fui muito controlada financeiramente, do tipo que faz planilhas ent\u00e3o foi uma novidade n\u00e3o ter um dinheiro fixo, juntava tudo que ganhava com medo de nada vir no pr\u00f3ximo m\u00eas. E depois me muito me observar, consegui me alinhar nesse novo estilo de vida e perfil de trabalho \u2013 encontrei um equil\u00edbrio. J\u00e1 pensei v\u00e1rias e v\u00e1rias vezes em desistir, mas tamb\u00e9m n\u00e3o tenho nenhum problema em pegar trabalhos espor\u00e1dicos de inform\u00e1tica, j\u00e1 fiz v\u00e1rios depois que larguei, afinal a ra\u00e7\u00e3o da Lucy t\u00e1 cara hahaha. O que me segurou na fotografia foi que sempre que eu pensava em desistir, vinha um trabalho que me tirava o f\u00f4lego, pagava minha conta de iptu (desculpe a sinceridade, mas isso \u00e9 um fato) ou alguma parceria ou divulga\u00e7\u00e3o bacana. Freelancer \u00e9 uma explos\u00e3o de emo\u00e7\u00f5es e vai e vens di\u00e1rios, tive que manter muito jogo de cintura e segurar a auto estima. Tive n\u00e3o, tenho.<\/p>\n

O que a fotografia representa para voc\u00ea hoje?<\/strong>
\nA fotografia sempre representou pra mim uma coisa: simplicidade. Me lembro dos meus primeiros testes com uma 50mm emprestada de um amigo e uma luz de abajur. Eu colocava uma caixinha de j\u00f3ias da minha av\u00f3 em primeiro plano e ia variando. Achava o m\u00e1ximo aquilo. Como eu podia controlar o que era belo e tinha significado pra mim por meio da luz e sombra ou simplesmente, podia desfocar. A fotografia me mostrou que a gente pode ver beleza no caos, no nada ou no que a gente quiser. S\u00f3 basta querer e ter luz ou usar bem a aus\u00eancia dela. A 3 anos atr\u00e1s a fotografia seria pra mim uma profiss\u00e3o, um registro eternizado. Hoje, consegui me entender em um meio termo legal com ela, \u00e9 meu estilo de vida. Vivo procurando ela em todos os cantos e todo dia, ela me faz me apaixonar ainda mais pela vida.<\/p>\n

Se n\u00e3o fosse fotografa, seria\u2026?<\/strong>
\nSe eu pudesse escolher qualquer coisa, independente de ser realmente boa, eu gostaria de ser escritora, mas mais mesmo atriz de teatro. At\u00e9 tentei, fiz cursos e cursos, mas eu gostava de me envolver mesmo mais do que acontecia nos bastidores e fazia isso melhor tamb\u00e9m. Teatro \u00e9 quase uma inje\u00e7\u00e3o de vida, eu amo amo amo.
\n\"image\"<\/a><\/p>\n

Como fotografa que conselho voc\u00ea daria para algu\u00e9m que tem o sonho de seguir essa profiss\u00e3o?<\/strong>
\nSeja consciente. Sei que isso n\u00e3o soa um conselho rom\u00e2ntico da profiss\u00e3o, mas \u00e9 verdade. calcule, planeje, se alinhe bem. Muita gente me pergunta se \u00e9 poss\u00edvel viver bem financeiramente e eu respondo \u201cquanto \u00e9 viver bem pra voc\u00ea?\u201d isso \u00e9 muito dif\u00edcil dizer. Ent\u00e3o, sonhe e trace suas metas \u2013 quanto quer ganhar, quanto precisar\u00e1 cobrar e o que voc\u00ea precisa estudar para ser um diferencial. Treine seu olhar para tudo. N\u00e3o s\u00f3 o comum, o que \u00e9 \u201cbonito\u201d, pra tudo mesmo. A fotografia pode mudar o dia de algu\u00e9m, pode causa reflex\u00e3o e fazer um bem danado pra auto estima das pessoas, e eu vejo isso, como uma responsabilidade e tanto nas m\u00e3os e nos olhos. Algu\u00e9m te confiou esse trabalho de ser olhada e guardar uma lembran\u00e7a de s\u00ed mesma pelo SEU olhar. Use muito bem, com tudo o que pode ter e aprendido dentro de s\u00ed.<\/p>\n

Voc\u00ea mexe muito com a arte, se percebe pela decora\u00e7\u00e3o da casa. Esse elo com a arte vem de muito tempo ou come\u00e7ou agora? Como?<\/strong>
\nDesde pequena. Meus pais sempre me deixaram me envolver com tudo relacionado a arte. Eu fiz ballet por muito tempo, cursei teclado, viol\u00e3o, pintura em tela, teatro, desenho de moda \u2013 eu tinha muita energia e vontade, mas nunca pousei em nada. Como eu mesma coloquei na minha descri\u00e7\u00e3o do blog, sou uma cigana na arte. Acho que sempre precisei um pouco dela e nunca quis me preocupar como, s\u00f3 queria ter por perto de alguma forma. E, pra ajudar, meus pais sempre foram muito fa\u00e7a voc\u00ea mesmo, naturalmente. Passamos por muitas dificuldades financeiras e minha li\u00e7\u00e3o dessa fase foi que, a gente pode fazer tudo que quiser, com tanto que a gente queira e d\u00ea o nosso melhor. Hoje, sou grata por ter algu\u00e9m como o Fabinho que tamb\u00e9m carrega consigo isso de se entregar para fazer uma coisa que quer: se a grana t\u00e1 curta pra comprar m\u00f3veis, sobrou madeira, vamos aprender a fazer. E tem sido uma uni\u00e3o e tanto pra gente. \u00c9 gostoso olhar pra cada canto da casa e ver significado e hist\u00f3ria. S\u00f3 preciso me controlar com a quantidade de plantas, hehe.<\/p>\n

A forma de se ver o seu elo com a arte \u00e9 pelo blog. Al\u00e9m de vermos o seu dia a dia e mais um pouco. No Na nossa vida<\/a> voc\u00ea compartilha de tudo um pouquinho. O porque de cria-lo? Como surgiu a id\u00e9ia?<\/strong>
\nFoi do nada. Eu j\u00e1 perdi a conta de quantos blogs, fotologs, vlogs sei l\u00e1 do que eu tive e era como ele, colocava de tudo um pouco moda, decora\u00e7\u00e3o, comidinhas e vida. No \u00faltimo, colocava apenas textos. Era libertador. Sempre gostei muito de escrever e ligar isso a fotografia, mas nunca pensei que algu\u00e9m poderia gostar de ler e se identificar, quase n\u00e3o divulgava. A\u00ed, eu estava em uma nova fase da vida, e o na nossa vida surgiu de uma conversa entre amigas na internet que diziam que eu \u201cprecisava compartilhar isso\u201d e fui l\u00e1 e fiz. E fui sentindo como as coisas iam. Me lembro do primeiro texto que coloquei nele e ainda pensei: poxa, mas texto? No fim, foi o que mais teve visualiza\u00e7\u00f5es na \u00e9poca e continuei. Sempre gostei de falar de aprendizados e indiadas da vida e do amor, seja no bom dele ou na dor, precisava escrever, compartilhar e ter um feedback \u2013 sen\u00e3o eu seria s\u00f3 uma doida postando sozinha pra mim mesma, sem aqueles coment\u00e1rios que nos fazem aprender com eles tamb\u00e9m, sabe? E no caso, o feedback n\u00e3o era milh\u00f5es de views, mas s\u00f3 uma mensagem de \u201cpuxa, mudou meu dia\u201d. Acho que se o blog acabasse hoje, j\u00e1 me sentiria com o \u2018dever cumprido\u2019 s\u00f3 pelas mensagens que recebi de como alguma besteirinha nele fez bem pra algu\u00e9m. E da\u00ed veio o blog: um blog simples de estilo de vida onde compartilho de tudo, pra todo mundo que quiser viver, aprender e ver poesia com essa vida maluca. Esse blog tem muitas madrinhas e padrinhos, pessoas que n\u00e3o me deixaram desistir de compartilhar o que penso e aprendo, sou muito grata! Acho que por isso n\u00e3o consigo deixar ele quietinho: tem muito cora\u00e7\u00e3o batendo junto.
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