{"id":3189,"date":"2013-10-02T18:41:36","date_gmt":"2013-10-02T18:41:36","guid":{"rendered":"https:\/\/nadaalemdosimples.com\/?p=3189"},"modified":"2015-12-02T01:11:12","modified_gmt":"2015-12-02T01:11:12","slug":"dialogos-o-velho-mas-tao-novo-amor-no-onibus","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/nadaalemdosimples.com\/dialogos-o-velho-mas-tao-novo-amor-no-onibus\/","title":{"rendered":"> O velho mas t\u00e3o novo amor no \u00f4nibus"},"content":{"rendered":"
Hoje, um dia comum, eu entrei no 847P-10 pra voltar pra casa. Sentei no \u00f4nibus e um casal de velhinhos entraram. Ela com um vestido florido e longo com sua bolsinha de couro preta nas m\u00e3os. Ele com sua boina que tinha um pequeno furo na frente e uma cal\u00e7a azul marinho.
\nA senhorinha se senta na minha frente no banco que estava livre e o senhorzinho fica ao lado dela, em p\u00e9 no corredor segurando sua m\u00e3o bem forte e fica daquele jeito t\u00edpico “surfando” no bus\u00e3o. Eu, um pouco intrometida falei:
\n– Senhor, tem um banco ali do outro lado vazio, n\u00e3o sei se voc\u00ea viu…
\nEle olhou pra mim e gentilmente disse:
\n-Vi sim, obrigado!<\/p>\n
Logo depois completou sorrindo e erguendo as sobrancelhas:
\n– Voc\u00ea acha mesmo que eu poderia deixar uma mulher como essa sozinha? Mas, n\u00e3o pode n\u00e3o viu!?<\/p>\n
Eu sorri. E n\u00e3o conseguia mais parar de sorrir.
\nA mo\u00e7a sentada ao lado da senhorinha fez quest\u00e3o de levantar e dar seu lugar para ele sentar. Embora, ele sem gra\u00e7a disse que n\u00e3o precisava, ela insistiu, tamb\u00e9m n\u00e3o conseguindo parar de sorrir.<\/p>\n
A senhorinha muito meiga virou para mim sorrindo, com o riso sereno muito semelhante ao do senhorzinho, e disse:
\n– Ele \u00e9 mesmo muito engra\u00e7adinho.<\/p>\n
E ele mesmo sentado, continuava a segurar forte a m\u00e3o dela. Para n\u00e3o deix\u00e1-la fugir, parecia. Ou apenas a amava demais mesmo. E provavelmente assim ficaram, at\u00e9 chegarem ao destino deles. \u2661<\/strong><\/p>\n E eu com o sorriso pregado na cara, balancei a cabe\u00e7a e levantei para descer no meu ponto. Desci a rua de casa, ainda pensando como seria bom encontrar aquele casal e perguntar tantas e tantas coisas que imaginei. “Quanto tempo est\u00e3o casados?”, “Como voc\u00ea conheceu seu marido?”. Parecia um filme, n\u00e3o daqueles com pr\u00edncipes ou com a manteiga doriana na mesa. Era mesmo a vida, simples e doce vida daquele casal. J\u00e1 n\u00e3o importava se eram marido ou esposa ou se ele ajoelhou para pedir ela em casamento com o p\u00f4r do sol no fundo. Abri a porta de casa, sorrindo e digitei este texto, ainda sorrindo. Hoje, um dia comum, eu entrei no 847P-10 pra voltar pra casa. Sentei no \u00f4nibus e um casal de velhinhos entraram. Ela com um vestido florido e longo com sua bolsinha de couro preta nas m\u00e3os. Ele com sua boina que tinha um pequeno furo…<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":7520,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1021],"tags":[39,40,42,56,123,144,175,200,258,347,358,364,432,439,479],"yoast_head":"\n
\nEles eram parceiros, parceiros de vida. Dava pra sentir.<\/p>\n
\nE espero que voc\u00ea que esteja lendo, permane\u00e7a sorrindo tamb\u00e9m.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"