{"id":3144,"date":"2013-10-01T10:00:38","date_gmt":"2013-10-01T10:00:38","guid":{"rendered":"https:\/\/nadaalemdosimples.com\/?p=3144"},"modified":"2022-08-30T16:21:24","modified_gmt":"2022-08-30T16:21:24","slug":"observando-sobre-depois-da-tempestade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/nadaalemdosimples.com\/observando-sobre-depois-da-tempestade\/","title":{"rendered":"> Sobre depois da tempestade"},"content":{"rendered":"
Passei por dias longos de trovoadas e rel\u00e2mpagos. Sentei na janela e esperei com uma santa paci\u00eancia pela chuva passar. Esta era eu: sendo um bom ser humano e tentando prever o que estava acontecendo, jurando que a vida estava a testar minha paci\u00eancia mais uma vez. Passei dias olhando a chuva cair, pacientemente, envernizando as l\u00e1grimas com alguns sonhos e polindo as for\u00e7as, algumas coisas que precisava fazer. Eu acho. A gente sempre precisa, pra manter o esp\u00edrito em ordem, em plena mar\u00e9.
\nAt\u00e9 que percebi que a tempestade n\u00e3o parava nunca, nunca. Ainda com l\u00e1grimas secas no rosto e com algumas paradas no queixo, abri as antigas e arranhadas janelas de madeira e estiquei minhas m\u00e3os para fora. Estava um dia fresco e com uma brisa molhada, com cheirinho de esperan\u00e7a. Dava pra sentir. Era belo, s\u00f3 de olhar. Isso, que eu estava com os olhos fechado, mas era. N\u00e3o sabia mais o que eram as l\u00e1grimas e o que eram gotas. Estiquei meus p\u00e9s e logo os encolhi para dentro de novo. N\u00e3o sabia se devia, n\u00e3o sabia se era aquilo que a vida queria me ensinar. Paralisei por alguns minutos e pude ver que meus p\u00e9s j\u00e1 estavam respingados. Que mal teria ent\u00e3o?<\/p>\n
Eu n\u00e3o tinha que advinhar nada naquele momento. Eu tinha que vestir meu vestido confort\u00e1vel, tomar meu melhor caf\u00e9, por meus p\u00e9s no ch\u00e3o – literalmente – e encarar. Encarar o sol, a chuva, o tempo que vier. Afinal, a alma por muitas vezes tamb\u00e9m precisa se afogar para juntar fol\u00eago e voltar, e ent\u00e3o aguentar a previs\u00e3o do tempo que a vida quer dar. Seja l\u00e1 qual for vir, nenhuma mais ser\u00e1 como essa. Como um choque e um impulso, ao mesmo tempo. Como uma tempestade interior, limpando, para ent\u00e3o brotar a t\u00e3o esperada primavera no olhar.<\/p>\n … que venham as flores! \u2661<\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Passei por dias longos de trovoadas e rel\u00e2mpagos. Sentei na janela e esperei com uma santa paci\u00eancia pela chuva passar. Esta era eu: sendo um bom ser humano e tentando prever o que estava acontecendo, jurando que a vida estava a testar minha paci\u00eancia mais…<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":19615,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1024],"tags":[158,200,367,395,415,428,452,454,479],"yoast_head":"\n
\nConfesso que \u00e9 dif\u00edcil ainda n\u00e3o tentar advinhar o que est\u00e1 por vir ou a crise que \u00e9. Mas, quando a vontade vem, eu sento na janela, respiro toda paci\u00eancia que tenho, olho o tempo l\u00e1 fora e mal posso esperar a hora de abrir a porta, pois se tem chuva eu sei que minhas t\u00edmidas l\u00e1grimas de sonhos ainda tem esperan\u00e7a. Pra qualquer coisa e qualquer l\u00e1grima, sempre tem.<\/a>A gente pega gosto por experi\u00eancias. Pelo risco, pela paci\u00eancia, pelo riso inseguro e pelos rel\u00e2mpagos.
\nA gente pega gosto pelo o que nos ensina a dan\u00e7ar melhor, sem ensaios, sem plat\u00e9ias, sem guarda chuvas, sem len\u00e7os de papel.<\/p>\n