A primeira vez que me falaram que a gratid\u00e3o \u00e9 um exerc\u00edcio eu dei risada por dentro e pensei “aham, t\u00e1, isso \u00e9 hippie demais pra mim, agradece a\u00ed”. Ainda bem que me coloquei \u00e0 prova…<\/p>\n\n\n\n
Uns tr\u00eas anos atr\u00e1s compartilhei com voc\u00eas a minha jarra da gratid\u00e3o, que nada mais era do que um pote de palmito vazio e limpo em que eu escrevi em pequenos pap\u00e9is algo pela qual eu era grata. No final do ano eu li todos os pap\u00e9is. Surpreendentemente n\u00e3o tinha nenhum “caiu meu pagamento” ou “comprei mil roupas”. Mesmo quando eram momentos relacionados a coisas, antes sempre vinha uma raz\u00e3o<\/strong> que dava o valor<\/strong> para eu agradecer. “fechamos um trabalho com X marca que busca X que eu acredito”, “estou montando meu c\u00e1psula, doei algumas roupas e comprei pe\u00e7as que dialogam comigo”. <\/p>\n\n\n\n Recomendo a experi\u00eancia. Por\u00e9m, para mim, ainda era dif\u00edcil exercer a gratid\u00e3o diariamente<\/strong>. A gratid\u00e3o ainda me parecia ser algo extraordin\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n Outra experi\u00eancia que comecei ano passo foi criar um di\u00e1rio de emo\u00e7\u00f5es<\/strong> e todo final do dia, comecei a anotar de 1 a 3 momentos que eu era grata e o porqu\u00ea. A alma do exerc\u00edcio* est\u00e1 nesse porqu\u00ea. Sim, outra surpresa. Depois de algumas semanas, eu entendi! A gratid\u00e3o est\u00e1 muito mais para quem busca viv\u00ea-la do que para quem quer somente agradecer. Confuso?<\/p>\n\n\n\n Quem n\u00e3o quer bons motivos para agradecer? Quem n\u00e3o quer ter boas not\u00edcias? mas a gratid\u00e3o n\u00e3o \u00e9 sobre isso<\/strong>. \u00c9 sobre ver valor na vida. \u00c9 sobre ir contra o nosso sentido de focar naquele 5% de coisa ruim. \u00c9 lembrar que somos mortais para enxergarmos a vida com mais respeito, honra e visualiz\u00e1-la como um projeto. Queremos a gratid\u00e3o para benef\u00edcio dos nossos checklists da vida, mas a gratid\u00e3o \u00e9 justamente sobre livrar-se desses excessos e apreciar a fonte de vida que existe em n\u00f3s.<\/p>\n\n\n\n Hoje, depois de alguns dias engasgados, acordei com um sentimento profundo de gratid\u00e3o (que eu descrevo como a sensa\u00e7\u00e3o de ouvir o som a risada do meu sobrinho ecoando na minha cabe\u00e7a).<\/p>\n\n\n\n Gratid\u00e3o. A palavra gratid\u00e3o “entrou na moda” porque nosso mundo caiu na produ\u00e7\u00e3o de f\u00e1brica da vida e, talvez estamos conseguindo correr para resgatar um pingo de consci\u00eancia. \u00c9 preciso tempo para sentir-se grato. Parar, observar detalhes, se entregar, ser vulner\u00e1vel, ter empatia e valorizar o que passaria batido. <\/p>\n\n\n\n Hoje acordei disposta a ver com o cora\u00e7\u00e3o. N\u00e3o aconteceu nada, pelo contr\u00e1rio, tenho uma sequ\u00eancia de coisas que eu amaria que se resolvessem sozinhas. Mas, decidi tirar poeira. Falar menos, sentir mais. Talvez tudo esteja bem diferente amanh\u00e3, vai saber. Mas por hoje, agora, sou grata. Por sentir. Sem obriga\u00e7\u00e3o, com arrepio na alma. Viva!<\/p>\n\n\n\n Que essa moda de agradecer o essencial seja atemporal<\/p>\n\n\n\n
Lembro a primeira vez que me falaram essa palavra e eu a entendi como algo “al\u00e9m da obriga\u00e7\u00e3o” do obrigada. N\u00e3o \u00e9 uma “palavra m\u00e1gica” que somos ensinados quando crian\u00e7as. N\u00e3o \u00e9 autom\u00e1tica. \u00c9 al\u00e9m. Profundamente. \u00c9 agu\u00e7ada. Eu mesma, n\u00e3o dei valor a essa palavra como deveria. \u00c9 mais uma palavra da moda (risos).<\/p>\n\n\n\n
N\u00e3o nos aprofundamos, abrimos m\u00e3o da descoberta, deixamos nossos gostos para as tend\u00eancias e, por consequ\u00eancia, valores que s\u00f3 o tempo traz ficaram em um ambiente desconhecido. E agora estamos criando coragem de abrir as janelas e tirar a poeira da sensa\u00e7\u00e3o gostosa de conquista, de arriscar, descobrir e criar v\u00ednculos.<\/p>\n\n\n\n
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