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> Relações familiares precisam de manutenção

Responsabilidade afetiva, manutenção de relações, relações tóxicas são tópicos importantes que está sendo muito discutido nos últimos tempos.

Nós estamos percebendo que não dá para viver a vida no automático e estamos nos questionando de todas as construções que nos fazem ser e viver em sociedade.

Falamos sobre relacionamento amoroso, relacionamento profissional, relacionamento de amigos, mas tem algo que é intocável para nós, e este algo se chama família.

Nós crescemos com construções bem tortas do que é ser família, herdamos uma parte muito ruim desse tradicionalismo que é chamado de respeito, mas que na verdade, nada mais é do que estruturas de poder. Respeito é outra coisa.

É óbvio que nós precisamos respeitar nossos familiares, assim como precisamos respeitar toda e qualquer pessoa com quem nos relacionamos. Mas o que é respeito? Bom, isso é bem pessoal e na realidade eu não estou aqui para falar como nós devemos respeitamos a nossa família, isto inclui crenças, tradições e particularidades.

Eu estou aqui para falar que famílias são constituídas de pessoas, a diferença das outras relações é que nós não escolhemos essas pessoas, nós nascemos nesta micro parte de sociedade que por muitos anos vai ditar o que somos.

Mãe, pais, irmãos, avós, avôs, tios, tias, primos, primas, olha quanta gente que nós temos nessa reunião do mesmo sobrenome, cada uma delas com a sua identidade, com a sua forma de pensar, com objetivos diferentes… E sim, lidar com isso é difícil e é normal ao longo da vida algumas dessas pessoas não fazerem mais parte das nossas vidas, e isso pode acontecer por diversas causas que só nós e a nossa vivência vai dizar o porquê.

Acredito que se nós tivessemos uma troca genuína e transparente, com diálogo cheios de cuidado, de amor e de honestidade, muitas das nossas relações familiares não seriam tóxicas.

Aliás, o relacionamento mais abusivo que é aceito na sociedade é o familiar, que pode destruir vidas, sonhos, afetos e nós não podemos simplesmente falar “ah, normal, problema de família“.

Não é normal.

Não é porque é família que as pessoas não mudam, tanto pra bem quanto pra mal.

Não é porque é família que as pessoas são obrigadas a compreender tudo o que você pensa, como pensa.

Não é porque é família que não exista violência psicológica e física.

Não é porque é família que as pessoas simplesmente são obrigadas a conviver.

Os mais velhos precisam sim ser respeitados, mas o respeito não é construído de forma unilateral.

Não existe relação se apenas uma pessoa precisa dar amor e afeto para que isso seja socialmente visto como certo.

Tudo é sobre evolução e nós aprendemos isso juntos, se dermos espaço para que isso aconteça.

Nossa ancestralidade fala muito sobre o que somos hoje, tanto nas coisas boas quanto nas ruins, e é com o passar dos anos e gerações que a nossa sociedade muda, e que bom que mudamos trazendo a nossa essência, carregando as coisas boas e lutando para deixar as ruins de lado.

Ninguém está ileso de mudar, ninguém que está vivo pode bater no peito e falar “eu sou assim mesmo, nunca vou mudar“. E é nessa dinâmica de relação que entendemos as dores, angústias e constituímos a real empatia.

É tudo sobre diálogo e manutenção dele, a gente precisa parar de romantizar esta construção familiar como algo intocável

Que tal romantizar o amor em constante construção? 🙂

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